Uma escola para o bom senso
Não fica bem viver de saudades, mas sim de esperanças. Porém, é bom olhar para o passado para entendermos um pouco melhor o presente. Num passado recente, aprendia-se a viver numa sociedade simples onde as escolas do bom senso eram poucas e bem determinadas: a família, a Igreja e a escola. Neste ambiente, as instâncias de influência na formação, falavam a mesma linguagem, passavam critérios de discernimento para o bom senso das opiniões, decisões e atitudes.
Em nossos dias, a nova socialização ampliou as escolas do comportamento e das decisões humanas. A família, a Igreja e a escola reduziram ao mínimo seu poder de persuasão, no que se refere a valores de vida e sua autoridade educativa. Outras escolas passaram a ensinar e condicionar comportamentos e decisões: os meios de comunicação social, as redes sociais, as amizades, a mentalidade competitiva do mercado, a sociedade de consumo, os poderes econômicos e os grupos políticos etc.
Os critérios do bom senso e os valores que garantem relações justas e humanas, estão envoltos em névoa espessa na mente das multidões. Rotula-se com facilidade o “errado” como certo e o “certo” como errado. A justa medida passa por uma crise em todas as dimensões da vida pessoal e relacional. Não estamos aparelhados para indicar uma verdadeira escola de bom senso na sociedade atual, com suas crises e surpresas.
Tudo o que é sólido parece continuar se desmanchando no ar. As instituições e estruturas continuam sendo fragilizadas. A insegurança nos invade, não somente ao nosso redor, mas também profundamente, dentro de nós. No entanto, continuamos acreditando que é neste ambiente tumultuado que ainda há lugar para uma escola do bom senso. Administrando as crises de nosso precioso tempo, vamos nos convencendo que ainda precisamos valorizar o que é fundamental.
Nós cristãos, sabemos que o Mestre do bom senso, da justa medida e do jeito certo de opinar e decidir favoravelmente, é Jesus Cristo. Paulo ensina em sua primeira carta aos Coríntios 3,10-17 que Cristo é o único fundamento sobre o qual construímos com solidez e bom senso. Porém, cada um, com sua liberdade, precisa cuidar para não se enganar no material utilizado. Pode-se construir com ouro, prata, pedras preciosas, madeira ou feno. O tempo vai se encarregar de provar a obra de cada um. O fogo provará a verdade e a qualidade de nossas escolhas.
Estamos em tempo oportuno para orar ao Pai, como filhos em tempos difíceis e atrapalhados critérios de bom senso: “Ó Deus, tornai claros todos aqueles pedaços de coração que estão na obscuridade; ordenai nossos confusos sentimentos; dai-nos a inquietação positiva para administrarmos nossas decisões e relacionamentos com bom senso e justa medida! Dai-nos vossa luz para ver, julgar e agir conforme a verdade que nos liberta, e assim nos tornemos pessoas luminosas e não obscuras”. Amém!
Frei Luiz Turra
Pesquisa: Arimatéa Porto
COMECE O DIA FELIZ
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