Empatia para um futuro melhor
Paira no ar uma acusação que nos intriga, num momento histórico que se orgulha de suas conquistas e mudanças. O individualismo e a globalização da indiferença, não parecem ser o melhor clima para o desabrochar de um futuro esperançoso. Em geral, sabemos lidar com novos meios técnicos, científicos e de comunicação, cada vez mais aperfeiçoados. Porém, por vergonha, temos a sincera dificuldade de lidar com o humano mais humano e simples que somos e queremos ser.
Certos componentes da vida e convivência, parecem-nos secundários e pequenos demais para merecerem grandes atenções. Este engano pode nos causar tremendos prejuízos e desencadeia riscos para o futuro da humanidade. Um desses componentes merecedores de nossa atenção é a empatia, como um caminho para o futuro da sociedade.
Empatia é essa capacidade do ser humano de se colocar no lugar do outro, não para invadir sua justa privacidade, nem para conquistá-lo em proveito próprio. Empatia é a capacidade psicológica e espiritual de sentir o que a outra pessoa sente, compreendê-la, acolhê-la e criar relações de mútua ajuda. Quando uma pessoa consegue sentir a dor ou o sofrimento do outro, ao colocar-se no seu lugar, desperta a vontade de ajudar e de agir seguindo princípios morais. Quanto mais pessoas com empatia, mais haverá dedicação para mudar a sociedade.
A empatia está ligada ao altruísmo, isto é, ao amor e ao interesse pelo próximo. Até nosso organismo, em seu sistema hormonal, reage positivamente pela empatia. Isto nos ajuda a sermos mais saudáveis e felizes, superando a violência e contribuindo para um maior desempenho no trabalho e na criatividade. Se nós queremos paz no mundo precisamos quebrar as ilusões de separação dos outros.
No acontecer da empatia, faz-se necessário abrir o coração. A cordialidade nos fará perceber a necessidade de justiça social, de respeito à dignidade humana e construção de um clima favorável à vida e à paz. Exemplificando: quanto mais famílias abrirem o coração, menos adolescentes vão se sentir expostos às drogas e à violência. Faz-se urgente a restauração da harmonia interpessoal em nível mais profundo nas famílias e nas escolas.
O carinho pelos filhos e pelos alunos não dispensa a disciplina. Desde cedo é importante mostrar à criança que, qualquer ação sua, provoca uma reação no outro, tanto de alegria, como de dor. Sabemos que os atuais modelos pedagógicos, ainda estão contagiados pelo senso de competição, pela vontade de querer ser mais. Isto dificulta o exercício e o aperfeiçoamento da capacidade empática. Necessitamos exercitar um modelo pedagógico que incentive o trabalho cooperativo em grupo.
E para nós, adultos, que ainda não aprendemos bem a arte da empatia, ainda é possível vivê-la? Podemos e devemos nos exercitar, diariamente, a sermos mais cristãos e franciscanos, aprendendo a nos colocar no lugar do outro, seja ele desconhecido ou irmão.
Frei Luiz Turra
Pesquisa: Arimatéa Porto
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