O jardineiro da nova criação
Foi morto como se faz com os revolucionários:
E, por fim, assassinado, com morte cruel e humilhante.
Mas o eliminaram.
Porque não conseguiram vencê-lo (A desordem que ele trazia era a única ordem verdadeira!)
Por isso, ao pregá-lo na cruz, assinaram sua própria derrota.
Foi entregue de volta à terra,
Como se faz com os pobres: com uma flor vermelha e branca -Sangue e água- à altura do coração, perpassando o lençol do sudário.
E chumbaram a pedra do sepulcro, como senhores (medrosos) da morte, declarando-se sem poder diante da vida.
Foi sepultado na véspera da festa da antiga páscoa -Passagem para a liberdade- foi como lhe abrir o caminho no mar vermelho do seu próprio sangue para ele passar os vagalhões da morte.
Aconteceu na madrugada.
A terra mãe sentiu chegar a hora esperada ao longo de milhões de anos.
Contraiu o ventre em terremoto e, das entranhas, deu à luz o primogênito dos viventes. (Pedro e João, em seguida, tiraram do útero vazio o sudário, placenta usada, relíquia do passado.)
Fogem os guardas da velha ordem. Os poderosos teimam no sistema da mentira.
O povo continua chorando o justo.
Mas ele -jardineiro da criação nova- Sol que rechaça as trevas, vai ao encontro de Madalena e se deixa abraçar os pés.
Vê estrelas nas chagas saradas, -Ela- em outro tempo sarada do seu pecado.
Os apóstolos ganham, de repente, a transparência da fé: Cristo ressuscitou, aleluia!
E Maria canta de novo, mais alto, com voz clara, o seu cântico, com o 'amém' da promessa cumprida.
Arnaldo de Vidi
Pesquisa: Arimatéa Porto
COMECE O DIA FELIZ
Portal Santo André em Foco
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