Novembro 23, 2024

Após adiamento, MEC diz que vai divulgar nesta segunda a lista de espera do Sisu 2020, mas não confirma o horário

O Ministério da Educação (MEC) deve divulgar nesta segunda-feira (10) os nomes dos estudantes que estão na lista de espera a uma vaga nas universidades públicas pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu) do primeiro semestre de 2020.

A divulgação será feita diretamente para as instituições de ensino, que deverão convocar os candidatos aprovados. Entretanto, não há horário para que isto aconteça, segundo o MEC.

Universidades ouvidas pelo G1 relatam que a demora vai interferir no processo interno de convocação dos candidatos (leia mais abaixo).

O Sisu usa notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para selecionar os estudantes. Após os erros apontados na correção dos gabaritos do exame de 2019 – que o MEC chamou de "inconsistências" –, o Sisu passou a enfrentar diversos problemas.

O prazo para que os estudantes que não foram classificados na primeira chamada manifestassem interesse em entrar na lista de espera terminou na terça-feira (4). Na quinta (6), houve relatos em redes sociais de que o sistema do MEC não considerou as inscrições daqueles que escolheram apenas uma opção de curso.

Adiamento
O cronograma inicial previa que a divulgação da lista ocorreria na sexta-feira (7). No entanto, os nomes não chegaram às universidades ou houve uma lista errada.

No mesmo dia, o MEC informou em nota que havia adiado o cronograma e que a divulgação estava prevista para segunda-feira (10), sem justificar o motivo da mudança.

Às 10h35 desta segunda, o MEC entrou em contato com o G1. Por telefone, a assessoria de imprensa confirmou que a divulgação ocorrerá, mas afirmou que não há um horário definido. Sobre o motivo da mudança de data, o MEC não deu retorno até a mais recente atualização desta reportagem.

Universidades adiam cronogramas
A alteração do calendário do Sisu afeta as universidades que disponibilizaram vagas pelo sistema de seleção.

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) informou que adiou a divulgação dos convocados – ao menos 2 mil vagas não foram preenchidas na instituição durante a primeira chamada do Sisu.

A Universidade Federal de Pelotas (UFPel) disse que vai precisar elaborar um novo cronograma de inscrição e divulgar as informações. Segundo eles, "a ansiedade dos alunos é grande".

A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) afirmou que a demora na divulgação da lista do Sisu "afeta no atraso dos procedimentos internos para divulgação da lista de espera."

Problemas no MEC: do Enem ao Sisu
O MEC enfrenta uma crise desde o início deste ano devido aos erros relacionados à correção Enem 2019. Em novembro, após a realização das provas, Weintraub chegou a afirmar que aquele havia sido "o melhor Enem de todos os tempos".

Dois meses depois, o ministro admitiu o erro na correção do exame, que ele chamou de "inconsistências". O erro afetou quase 6 mil candidatos, e levou à suspensão judicial da abertura das inscrições do Sisu. Em meio ao imbróglio judicial, os resultados chegaram a ser disponibilizados enquanto ainda deveria estar suspenso. O MEC confirmou o erro e disse que as listas ficaram "disponíveis por alguns minutos".

Após a liberação oficial dos resultados da primeira chamada, candidatos apontaram mais um erro: o sistema estava considerando alguns candidatos aptos para duas opções de cursos, o que elevaria as notas de corte, segundo eles.

Dias depois, candidatos que não haviam sido aprovados na primeira chamada relataram problemas na lista de espera, porque não conseguiam selecionar a opção.

No fim de janeiro, a Defensoria Pública da União (DPU) questionou na Justiça uma série de mensagens do ministro da Educação em uma rede social. Em meio à crise do Enem, Weintraub respondeu no Twitter ao pai de uma aluna que solicitou a revisão da nota da filha. Para a Defensoria, houve uma "seriíssima ofensa ao princípio da impessoalidade, pilar da Administração Pública".

Nesta terça-feira (4), a Comissão de Educação do Senado aprovou um convite ao ministro da Educação, Abraham Weintraub, para prestar esclarecimentos sobre os erros no Enem, que acabou refletindo também no Sisu.

G1
Portal Santo André em Foco

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