O dólar opera em alta nesta segunda-feira (17), com os investidores atentos a medidas de estímulo anunciadas pelo banco central da China para conter os impactos do coronavírus e em dia de volumes reduzidos por um feriado nos Estados Unidos.
Às 15h50, a moeda norte-americana subia 0,65%, a R$ 4,3275. Já o dólar turismo era negociado a R$ 4,51, sem considerar a cobrança de IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras).
Na sexta-feira, o dólar fechou em queda de 0,79%, a R$ 4,2997, acumulando recuo de 0,47%. Numa semana marcada por recordes e intervenções do Banco Central, o maior patamar de fechamento foi registrado na quarta-feira (R$ 4,3505). Na quinta-feira, chegou a ser negociada durante o pregão a R$ 4,3830.
Na parcial do mês, a moeda norte-americana tem alta de 0,34%. No ano, já subiu 7,23%. Segundo um levantamento da Tendências Consultoria, o real é moeda que mais perdeu valor em relação ao dólar no acumulado de 2020, dentre as 31 principais divisas globais.
O Banco Central ofertou neste pregão até 13 mil contratos de swap tradicional com vencimento em agosto, outubro e dezembro de 2020.
O dólar mais valorizado nas últimas semanas tem refletido principalmente as preocupações em relação aos impactos do surto de coronavírus na China e na desaceleração da economia global, e também os juros em mínimas históricas no Brasil.
A redução sucessiva da Selic desde julho de 2019 diminuiu o diferencial de juros entre Brasil e outros pares emergentes, o que pode tornar o investimento no país menos atrativo para estrangeiros e gerar um fluxo de saída de dólar. Isso elevaria a cotação da moeda.
Desde 2010 o real não tinha um começo de ano tão negativo.
Perspectivas
O mercado brasileiro manteve a previsão para a taxa Selic no fim de 2020 em 4,25% ao ano, segundo pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira. Atualmente, a taxa de juros já está neste patamar.
Enquanto Legislativo e Executivo expõem ruídos sobre o curso da agenda reformista, departamentos econômicos e gestoras começam a reduzir as projeções para o crescimento da economia, citando potenciais efeitos do surto de coronavírus e a divulgação de indicadores que sinalizaram um fim de 2019 menos animador para a economia.
A reforma tributária, a administrativa (que mexe com o funcionalismo público) e a PEC emergencial (a qual aciona gatilhos para evitar o descumprimento de regras fiscais) são as três principais propostas no radar do mercado para 2020. Privatizações e mais concessões também estão no cenário.
"Se as reformas passarem, ainda que tenhamos juros baixos, isso pode atrair investimento estrangeiro, o que ajudaria a valorizar o real", disse à Reuters Helena Veronese, economista-chefe na Azimut Brasil Wealth Management.
G1
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