Novembro 25, 2024

Risco de superendividamento por juros baixos não preocupa BC por enquanto, diz Campos Neto

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta terça-feira (28) que, por enquanto, não vê risco de que os juros baixos no país levem os brasileiros ao superendividamento.

“Vejo também um número crescente de artigos falando da inadimplência e do risco que existe da taxa baixa e do superendividamento, a gente tem acompanhado isso e nós não entendemos que esse é um problema agora”, afirmou em evento realizado pelo banco Credit Suisse, em São Paulo.

A taxa básica de juros, Selic, está atualmente em 4,5% ao ano, no menor patamar da história. Na última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) sinalizou que o fim do ciclo de corte de juros pode estar próximo.

Campos Neto destacou que os indicadores recentes de inadimplência vieram baixos, mas ponderou que o número está “um pouco poluído” pela liberação dos recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), indicando que parte dos brasileiros usaram dinheiro extra para quitar dívidas.

Percepção de risco
O presidente do Banco Central também voltou a afirmar que a desvalorização do real não tem sido acompanhada de uma piora da percepção de risco dos investidores sobre a economia. Ele também pontuou que a alta do dólar não dá sinais de impactar a inflação. Desde o fim do ano passado, a moeda norte-americana tem se mantido num patamar acima de R$ 4.

“A gente tinha um câmbio desvalorizando com as variáveis de risco de melhorando”, disse. “A gente viu também que houve um movimento de depreciação com todas as inflações implícitas caindo.”

Na apresentação, Campos Neto destacou que o CDS (Credit Default Swap, indicador de risco para investidores) tem melhorado e está próximo de 100 pontos, atualmente, o que coloca a economia brasileira próxima de países que têm o chamado grau de investimento concedido pelas agências de classificação de risco.

O CDS é uma espécie de seguro contra calote e, portanto, funciona como uma das principais medições de riscos entre as economias. Quanto mais alto é o CDS, portanto, mais arriscado o país é considerado pelos investidores.

Saída de estrangeiros
Campos Neto também voltou a dizer que o fluxo de saída dos estrangeiros da bolsa brasileira não se deve à falta de confiança nos fundamentos da economia do país ou a “problemas de governo”, mas à maior atratividade de outros mercados, sobretudo asiáticos.

“Como os locais fizeram esse movimento de migração muito forte, acabou puxando o preço da bolsa e o estrangeiro, ao contrário do local, que olha o mundo inteiro, ele acabou comparando com algumas bolsas asiáticas e alguns outros lugares e teve essa migração”.

No ano passado, os estrangeiros retiraram R$ 44,5 bilhões do mercado de ações brasileiro, um volume recorde.

G1
Portal Santo André em Foco

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