O dólar opera com instabilidade nesta quinta-feira (23), de olho nos temores sobre o surto de coronavírus na China e na expectativa de fim do ciclo de cortes de juros pelo Banco Central, após a divulgação da prévia da inflação de janeiro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Logo na abertura, a moeda norte-americana avançou em relação ao real, acompanhando a retomada das preocupações com a disseminação do coronavírus na China. Ainda durante a manhã, chegou a operar em queda, passando a oscilar no início da tarde.
Às 14h20, a moeda norte-americana recuava 0,16%, a R$ 4,1688.
Na quarta, a moeda norte-americana caiu 0,71%, a R$ 4,1753, após atingir R$ 4,20. Neste ano, a moeda acumula alta de 4,13%.
Internamente, o mercado acompanha a divulgação da prévia da inflação de janeiro, que é medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), do IBGE. O índice avançou 0,71% em janeiro, maior resultado para o mês desde 2016.
O resultado levantou as apostas sobre o fim do ciclo de corte de juros pelo Banco Central, reduzindo a pressão sobre o real. A percepção de que o salto nos preços do fim do ano passado ficou para trás deve endossar apostas de novo corte da Selic.
Cleber Alessie Machado, operador da Commcor, citou uma leitura "por enquanto, um pouco mista". "O IPCA veio um pouco acima das expectativas, mas alguns grupos tiveram desaceleração, com destaque para a alimentação", disse à Reuters.
As atenções se voltam agora para a primeira decisão de política monetária do Banco Central, em 4 e 5 de fevereiro. A taxa básica de juros terminou 2019 em 4,5%, mas o BC indicou cautela em meio a uma retomada econômica com mais ímpeto.
Recentemente, a redução da Selic a mínimas históricas elevou o dólar a patamares recordes contra o real, com o diferencial de juros entre o Brasil e o mundo deixando o mercado doméstico menos atraente para investidores estrangeiros.
Cena externa
A disseminação do coronavírus na China ainda preocupa investidores e chegou a pressionar o dólar no início do pregão. Nesta quinta (23), os índices acionários da China fecharam com queda de cerca de 3%, maior recuo em quase nove meses, uma vez que os investidores se desfizeram de ações relacionadas a restaurantes, cinemas, companhias aéreas e parques temáticos após o isolamento da cidade de Wuhan para conter o coronavírus.
O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, caiu 3,1%, na maior perda diária em quase nove meses. O índice de Xangai teve queda de 2,75%.
O CSI300 marcou sua pior semana desde maio de 2019, enquanto o índice de Xangai teve a maior queda na semana desde agosto do ano passado. Os mercados financeiros da China ficarão fechados a partir de sexta-feira para o feriado de uma semana do Ano Novo Lunar.
G1 PB
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