Os contratos futuros do petróleo operam em forte alta nesta sexta-feira (3), chegando a quase US$ 70 dólares o barril nesta sexta-feira (3), depois que um ataque aéreo dos Estados Unidos em Bagdá matou um dos principais chefes militares do Irã, provocando preocupações sobre a escalada das tensões regionais e a interrupção do fornecimento de petróleo.
Uma hora após a divulgação da morte do general iraniano Qassem Soleimani por agências de notícias, os preços do petróleo no mercado internacional já tinham aumentado 4%.
O petróleo Brent subia 1,82 dólar, ou 2,75%, a US$ 68,07 por barril, às 14h36 (horário de Brasília), após tocar máxima de US$ 69,50 na sessão, seu maior valor desde meados de setembro, quando instalações petrolíferas da Arábia Saudita sofreram ataques.
O petróleo dos Estados Unidos avançava 1,35 dólar, ou 2,21%, a US$ 62,53 por barril. A máxima da sessão foi de US$ 64,09, seu mais alto nível desde abril de 2019.
Os preços também encontravam suporte em dados semanais divulgados pela Administração de Informação sobre Energia (AIE) dos EUA, que mostraram que os estoques de petróleo norte-americanos tiveram na semana passada sua maior redução desde junho.
"Esperamos que confrontos de nível moderado a baixo durem pelo menos um mês e provavelmente fiquem limitados ao Iraque", disse Henry Rome, analista do Irã na Eurasia.
O Iraque, o segundo maior produtor da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), exporta cerca de 3,4 milhões de barris de petróleo bruto por dia.
Segundo Cailin Birch, uma economista da The Economist Intelligence Unit, os mercados temem, sobretudo, "um conflito mais amplo".
"A importância deriva menos da perda potencial dos abastecimentos de petróleo iraniano (...) do que do risco de que se possa deflagrar um conflito mais amplo que arraste Iraque, Arábia Saudita e outros", disse à AFP.
O ataque em Bagdá
Um ataque aéreo no aeroporto de Bagdá matou o major-general Qassem Soleimani, arquiteto da crescente influência militar do Irã no Oriente Médio e um herói entre muitos iranianos e xiitas da região.
Os EUA afirmaram que Soleimani planejava um ataque iminente a instalações e trabalhadores norte-americanos no Iraque, Líbano, Síria e outros países.
Já o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, disse que uma dura vingança aguarda os "criminosos" que mataram Soleimani.
A embaixada dos Estados Unidos em Bagdá pediu nesta sexta-feira a todos os cidadãos norte-americanos que deixem o Iraque imediatamente devido à escalada nas tensões.
Escalada das tensões
Soleimani era um alto líder das forças militares iranianas e um herói nacional, portanto os especialistas dizem que o impacto geopolítico do atentado será alto.
O colunista Guga Chacra, da GloboNews, afirma que Soleimani era um dos homens mais poderosos do Irã e que sua morte terá consequências geopolíticas gravíssimas.
Ele chefiava a Guarda Revolucionária, uma força paramilitar de elite que responde diretamente ao aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do país há 30 anos.
Tensão no Iraque entre EUA e Irã
As mortes ocorrem em meio a uma escalada de tensão no Iraque que ameaça transformar o país em um campo de batalha entre forças apoiadas por Estados Unidos e Irã no Oriente Médio.
Desde o fim de outubro, militares e diplomatas americanos foram alvo de ataques, e na semana passada um funcionário dos EUA morreu em um bombardeio com foguetes.
A crise subiu de patamar na terça (31), quando milicianos iraquianos invadiram a embaixada americana em Bagdá. Trump acusou o Irã de estar por trás e prometeu retaliação.
A invasão da embaixada foi uma resposta a um ataque americano na fronteira com a Síria que matou 25 combatentes das Forças de Mobilização Popular do Iraque no domingo (29).
G1
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