O dólar opera em alta nesta quinta-feira (7), voltando a bater R$ 4,10, com a frustração dos investidores em relação à participação de empresas estrangeiras nos leilões do pré-sal compensando o otimismo comercial no exterior.
Às 16h16, a moeda norte-americana subia 0,07%, vendida a R$ 4,0839. Na máxima até o momento chegou a R$ 4,1027. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda norte-americana subiu 2,21%, a R$ 4,0810. Na parcial do mês, o dólar acumula alta de 1,78%. No ano, já subiu 5,34%.
No cenário doméstico, prevalecia a frustração em relação aos leilões do pré-sal, que ficaram aquém das expectativas dos investidores em relação à participação de empresas estrangeiras.
Cenário local
Após semanas de forte expectativa do governo e do mercado, o megaleilão do pré-sal terminou sem ofertas para dois dos quatro campos oferecidos pelo governo. As grandes petroleiras estrangeiras acabaram sem fazer uma oferta sequer e, sozinha, a Petrobras ficou com 90% do campo de Búzios e 100% de Itapu.
Já no leilão desta quinta, um consórcio da Petrobras com a chinesa CNODC arrematou o bloco Aram, na Bacia de Santos. Não houve propostas para os outros blocos ofertados. Com o resultado, a arrecadação da 6ª Rodada de Partilha de Produção, que poderia chegar a R$ 7,85 bilhões, ficou em R$ 5,05 bilhões – 64,3% do total esperado.
"Há a frustração de só uma empresa disputar o leilão", disse à Reuters Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora. "O maior problema talvez tenha sido os termos dessa concessão, que talvez não tenha agradado às petroleiras estrangeiras, o que é ruim para o mercado."
De acordo com o ValorOnline, na visão de Italo Abucater dos Santos, gerente de câmbio da Tullett, a expectativa em torno dos leilões foi um dos fatores que ajudou o câmbio a se apreciar nas últimas semanas mesmo com a manutenção da tendência de saída do fluxo cambial - apenas em outubro, o fluxo ficou negativo em US$ 8,494 bilhões, o maior para o mês da série histórica do BC, iniciada em 1982.
A frustração com o resultado dos leilões, portanto, pegou no contrapé boa parte do mercado que estava vendida na moeda americana, o que significa que a correção pode se estender pelos próximos pregões. “Como o fluxo cambial continua negativo, isso significa que o câmbio deve voltar para os patamares em que operávamos antes, entre R$ 4,05 e R$ 4,15”, avaliou.
Cenário externo
No cenário internacional, o dia era marcado pelo otimismo em relação a um acordo comercial entre Estados Unidos e China - que se enfrentam em uma guerra comercial prejudicial para a economia global há mais de 16 meses - que chegou a favorecer a moeda brasileira no início do dia antes de o dólar devolver suas perdas.
Nesta quinta-feira, o Ministério do Comércio da China afirmou que os dois lados do embate concordaram em cancelar em fases as tarifas adotadas sobre os produtos um do outro, mas não especificou um cronograma.
A expectativa é de que um acordo comercial provisório entre EUA e China inclua uma promessa dos EUA de retirar as tarifas marcadas para entrar em vigor em 15 de dezembro sobre cerca de 156 bilhões de dólares em importações chinesas, incluindo celulares, laptops e brinquedos.
G1
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