O empréstimo pessoal feito em bancos e financeiras é a dívida que mais leva os consumidores a ficarem com o nome sujo, aponta levantamento do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) em parceria com a Câmara de Dirigentes Lojistas (CNDL). Dos consumidores que têm esse tipo de crédito, 68,8% estão negativados.
Ainda segundo a pesquisa, o crediário, seja carnê, boleto ou cartão de loja, fica em segundo lugar: 67,9% dos endividados nessa modalidade estão nas listas de devedores. Na sequência, vêm o cartão de crédito (66,6%), o cheque especial (51,9%) e o financiamento de automóveis (51,7%).
Por outro lado, o aluguel é o compromisso financeiro mais honrado. Dos entrevistados, 84,2% dizem estar com essa conta em dia. Em seguida, vêm o plano de saúde (82%), o condomínio (77,8%), a TV por assinatura e a internet (73%) e as contas de água e/ou luz (71,6%).
Porém, o que estudo mostra que a quantidade de consumidores que conseguem manter essas contas em dia diminuiu em relação ao ano passado, com exceção do aluguel. Em 2018, 82,1% estavam com o aluguel em dia, contra 89,4% que pagavam o plano de saúde, 86,1% o condomínio, 75% a TV por assinatura e a internet e 79% as contas de água e/ou luz.
"A incapacidade de pagar os compromissos em dia tem levado muitos brasileiros a fazer um tipo de rodízio para escolher qual conta pagar naquele mês. Normalmente, o consumidor prioriza o pagamento de contas básicas e de serviços essenciais, como água e luz", diz em nota o educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli.
Não paga, mas também não negativa
Entre as dívidas que estão atrasadas, mas que não negativadas, os empréstimos informais tomados com parentes e/ou amigos lideram: 33,3% dos entrevistados dizem estar nessa situação. Em seguida, vêm as mensalidades de escola ou faculdade (26,2%), cheque especial (24,1%), crediário (20,8%) e cartão de crédito (17%).
A pesquisa ouviu 600 pessoas, entre 13 de junho e 1º de julho deste ano, em todas as capitais do país.
Controle de gastos
Para a economista-chefe do SPC, Marcela Kawauti, o cenário econômico não está ajudando o brasileiro a manter as finanças em ordem, mas também falta controle do orçamento e das contas.
"Boa parte das pessoas não costuma organizar seus gastos, fazendo compras além de suas possibilidades financeiras, que muitas vezes transformam-se em dívidas difíceis de serem pagas", diz em nota.
Para quem já está com as contas atrasadas e pensa em pegar um empréstimo para quitá-las, a economista recomenda cuidado.
"Só é interessante quando se troca uma dívida cara por outra mais barata. Ou seja, quando o consumidor substitui o valor das dívidas que cobram juros elevados, como cartão de crédito, por exemplo, por outra com valores mais baixos, como empréstimo consignado. Caso contrário, os juros podem fazer com que as parcelas dos empréstimos fiquem inviáveis", observa.
G1
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