A economia popular e solidária foi mencionada pela primeira vez na Declaração Final do G20 Social, realizado entre 14 e 16 de novembro, no Rio de Janeiro. O documento, entregue ao presidente Lula, será encaminhado à Cúpula de Líderes do G20, que começou nesta segunda-feira (18/11) na mesma cidade.
Citada no eixo “Combate à fome, à pobreza e à desigualdade”, a economia popular e solidária é destacada como fundamental para o trabalho decente e a superação de desigualdades. A declaração enfatiza a importância da formalização do mercado de trabalho e defende economias inclusivas, cooperativas e contra-hegemônicas, incluindo cozinhas solidárias e o reconhecimento da economia do cuidado.
Fernando Zamban, diretor do Departamento de Parcerias e Fomento, da Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), disse esperar que os líderes do G20 incorporarem a economia popular e solidária como estratégia de combate à fome, construção da sustentabilidade e governança planetária. Ele participou dos debates e ressaltou a necessidade dos movimentos de economia popular e solidária terem uma agenda unificada. “O movimento social organizado precisa ter agendas propositivas, construídas previamente para que o governo caminhe numa direção coletiva”, ressaltou.
Durante o evento, Zamban anunciou uma vitória significativa: o requerimento de urgência para votação do Projeto de Lei da Economia Solidária , parado no Congresso há 12 anos, foi aprovado. “Estamos negociando para que entre o quanto antes na pauta de votação”, afirmou.
Ary Moraes, coordenador-geral de Parcerias da Senaes, também participou dos debates, defendendo maior inclusão dos catadores na gestão de resíduos sólidos. Ele destacou o papel dos catadores na logística reversa, no manejo de resíduos pós-industriais e no desfazimento de bens públicos inservíveis, apontando o potencial dessas ações para gerar mais empregos e renda.
O que é o G20 Social
O G20 Social é uma iniciativa inédita na história do encontro de líderes das maiores economias do mundo. Construído ao longo de 2024, o G20 Social visa ampliar a participação da sociedade civil nas atividades e processos decisórios do G20, que, durante a presidência brasileira, teve por lema “Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável”. As contribuições dos debates foram consolidadas em um documento final para serem incorporadas à Declaração de Líderes.
Agência Gov
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