O rombo das contas externas brasileiras mais do que dobrou nos sete primeiros meses deste ano, informou o Banco Central (BC) nesta segunda-feira (26).
De acordo com a instituição, as contas externas (transações correntes) registraram um déficit de US$ 25,6 bilhões de janeiro a julho, em comparação com US$ 12,5 bilhões no mesmo período do ano passado.
Os investimentos estrangeiros diretos também subiram, mas em menor proporção (+20%).
Esse foi o maior rombo para os cinco primeiros meses de um ano desde 2019 (-US$ 36,3 bilhões), ou seja, em cinco anos.
O Banco Central costuma explicar que o tamanho do rombo das contas externas está relacionado com o crescimento da economia. Quando cresce, o país demanda mais produtos do exterior e realiza mais gastos com serviços também.
Somente mês de julho, segundo o Banco Central, as contas externas registraram um resultado negativo de US$ 5,2 bilhões, em comparação com um déficit de US$ 3,6 bilhões no mesmo período do ano passado.
Entenda
O resultado em transações correntes, um dos principais indicadores sobre o setor externo do país, é formado por balança comercial (comércio de produtos entre o Brasil e outros países), serviços (adquiridos por brasileiros no exterior) e rendas (remessas de juros, lucros e dividendos do Brasil para o exterior).
A aumento no saldo negativo das contas externas, na parcial de 2024, está relacionado principalmente com uma piora na conta de serviços, cujo saldo negativo passou de US$ 22,2 bilhões, de janeiro a julho de 2023, para US$ 28,9 bilhões no mesmo período deste ano.
A conta de serviços registra receitas e despesas com transportes, seguros, serviços financeiros e viagens internacionais, entre outros.
A piora das contas externas neste ano também está relacionada com um resultado menos favorável da balança comercial no período. De janeiro a julho deste ano, o superávit da balança somou US$ 44,7 bilhões, contra um saldo positivo de US$ 49,8 bilhões no mesmo período do ano anterior.
Superávit comercial menor influencia negativamente o saldo das contas externas.
No ano passado, as contas externas apresentaram um rombo de US$ 28,61 bilhões. Para o ano de 2024 fechado, o Banco Central estimou, em julho deste ano, um déficit de US$ 53 bilhões.
Investimentos estrangeiros diretos
O BC também mostrou que os investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira avançaram 20% no ano acumulado dos sete primeiros meses deste ano.
Os estrangeiros trouxeram US$ 45,07 bilhões em investimentos de janeiro a julho de 2024, contra US$ 37,5 bilhões no mesmo período de 2023.
Mesmo crescendo menos, os investimentos estrangeiros foram suficientes para "financiar" o rombo das contas externas de US$ 25,6 bilhões registrado nos sete primeiros meses de 2024.
Esse é o maior ingresso de investimentos no país para esse período desde 2022 (US$ 45,2 bilhões).
Somente em julho, ainda de acordo com a instituição, os estrangeiros aportaram US$ 7,3 bilhões em investimentos diretos no país, contra um ingresso de US$ 7,1 bilhões no mesmo mês de 2023.
No ano passado, os investimentos estrangeiros diretos no país somaram US$ 62 bilhões. Para o ano de 2024 fechado, o Banco Central estimou, em julho deste ano, um valor de US$ 65 bilhões.
Gastos de brasileiros no exterior
Já os gastos de brasileiros no exterior somaram US$ 8,4 bilhões de janeiro a julho deste ano, com pequeno recuo rente ao mesmo período do ano anterior – quando totalizaram US$ 8,46 bilhões.
Somente em julho, as despesas de brasileiros lá fora somaram US$ 1,38 bilhão — igual patamar registrado no mesmo mês de 2023.
As despesas de brasileiros fora do país são influenciadas por fatores como o nível de atividade econômica, pelo nível do emprego e renda, e, também, o preço do dólar (usado nas transações internacionais).
g1
Portal Santo André em Foco
Make sure you enter all the required information, indicated by an asterisk (*). HTML code is not allowed.