O Volkswagen Polo é o veículo novo mais vendido no primeiro semestre de 2024, segundo dados divulgados pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) nesta quarta-feira (3).
O modelo mantém a liderança ao longo do ano, deixando para trás a Fiat Strada, que liderou a lista de mais vendidos de 2021 a 2023.
Nos seis primeiros meses do ano, foram emplacadas 57.862 unidades do Polo. Da Strada, foram vendidas 56.597 unidades.
Veja a lista de mais vendidos no 1º semestre.
Emplacamentos até junho
No primeiro semestre de 2024, o país registrou 1.143.796 novos emplacamentos, um aumento de 14,59% em relação a igual período de 2023.
O número considera automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. O g1 considera motos à parte e não contabiliza implementos rodoviários.
Em junho de 2024, a federação registrou 214.289 novos emplacamentos.
O mercado automotivo está em momento de aquecimento neste ano em meio a um ciclo histórico de investimentos, que já ultrapassaram os R$ 125 bilhões anunciados por montadoras que atuam por aqui, para ampliação de produção e desenvolvimento de tecnologia no país.
A Fenabrave atribui o avanço do setor às melhores condições de crédito ao longo de 2024. A entidade faz menção ao ciclo de redução da taxa básica de juros desde agosto do ano passado, o que ajudou a reduzir os patamares de inadimplência no segmento.
“Quando a inadimplência cai, os bancos ficam mais confortáveis para aprovar novas fichas de crédito. Isso já está contemplado no crescimento que temos aqui”, diz Andreta Jr., presidente da Fenabrave.
“Estávamos vendendo carros que os bancos não aprovavam o financiamento. Agora, essa recusa diminuiu.”
Projeções para 2024
A Federação também divulgou novas projeções para o crescimento do setor automotivo ao longo deste ano, mais otimistas que as anteriores.
Segundo a Fenabrave, a estimativa é de:
um crescimento que passa de 12% para 15% em novos emplacamentos de automóveis e comerciais leves, para 2.506.267 veículos;
uma alta que passa de 10% para 12% de caminhões, para 116.654 unidades;
manutenção do avanço projetado de 20% em ônibus, para 24.622 veículos.
A melhora das projeções contrasta com o momento de alta do dólar, interrupção do ciclo de cortes da taxa básica de juros e pressão na inflação de itens básicos. Seriam dados que, na teoria, desestimulariam o consumidor a trocar de carro.
Para Andreta Jr., contudo, o fator fundamental para manter o otimismo é desembaraçar o endividamento dos consumidores, para que o fluxo de compras persista.
“Vendas de carros e comerciais leves são baseadas na disponibilidade do crédito. E o crédito automotivo é a Selic mais o spread [diferença entre a taxa de captação dos bancos e a cobrada do consumidor na ponta]. Isso depende mais do histórico de crédito desse consumidor”, diz.
Sobre a piora das expectativas econômicas, o presidente da entidade espera que as turbulências sejam passageiras e não devem ter efeitos prolongados.
“Poderíamos até melhorar a projeção se a tendência de queda de juros continuasse, se o dólar estivesse estabilizado. Mas faremos novas projeções em outubro.”
Andreta Jr. diz que outro fator que pode causar revisão dos números é a tragédia no Rio Grande do Sul, com as enchentes de maio e junho. O mercado, segundo a Fenabrave, representa quase 5% do número total e chegou a ser inteiramente interrompido.
“Vamos ter que repor esses carros perdidos. Dependendo da retomada, pode ter um crescimento ainda mais forte. [...] Mas já vão retomar as vendas? Em que velocidade?”, diz Andreta Jr.
Segundo a entidade, 280 concessionárias e comerciantes foram afetados no estado e o Detran local inundou. Mesmo automóveis que estavam disponíveis para a venda não saíram, porque não se podia licenciá-los.
“Estamos preparando um trabalho para que busquem financiamento e retomem bem as atividades.”
g1
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