O dólar oscila na tarde desta quarta-feira (16), após subir pela manhã e atingir o patamar de R$ 4,18. A sessão é marcada por cautela nos mercados globais, em meio a incertezas em torno das negociações comerciais entre Estados Unidos e China e também de olho nos desenvolvimentos do Brexit, segundo a Reuters.
Às 15h01, a moeda norte-americana estava estável vendida a R$ 4,1640. Na máxima do dia até o momento chegou a R$ 4,1865 e, na mínima, a R$ 4,1560.
No dia anterior, a moeda norte-americana fechou em alta de 0,88%, vendida a R$ 4,1641. Na parcial do mês, acumula avanço de 0,82% ante o real. Já no ano tem alta de 6,55%.
Cenário externo
Notícias de uma "fase um" de acordo comercial entre os EUA e a China na semana passada inicialmente animaram os mercados. Mas a falta de detalhes sobre o acordo desde então reduziu qualquer entusiasmo, segundo a Reuters.
Adicionando mais incerteza, os EUA aprovaram na terça-feira uma legislação que apoia os protestos pró-democracia em Hong Kong, fato que foi alvo de críticas de Pequim, piorando ainda mais os frágeis laços entre os dois países.
"As incertezas continuam, tanto sobre EUA e China quanto sobre o Brexit, o que traz bastante cautela para o mercado", afirmou à Reuters Ricardo Gomes da Silva, superintendente da Correparti Corretora.
Os negociadores da União Europeia e do Reino Unido fracassaram na terça-feira na tentativa de chegar a um acordo, no entanto o diálogo seria retomado ainda nesta quarta e há expectativas de que as partes cheguem a uma posição consensual.
A contração das vendas no varejo dos EUA, divulgada mais cedo, também tirou força do dólar, segundo o Valor Online. O indicador caiu 0,3% em setembro ante agosto, contrariando previsão de alta de 0,2%, e se soma a outros números que mostram que a economia americana pode estar desacelerando. Isso deve pressionar o Federal Reserve (Fed, o banco central do país) a fazer novos cortes nas taxas de juros.
"As perspectivas de crescimento, inflação e sentimento do consumidor medido pela Universidade de Michigan pressionam o Fed a fazer mais para atingir as metas de inflação. Esperamos que o BC americano corte juros novamente em outubro e novembro", diz o ING em nota a clientes.
Cenário local
Na cena doméstica, os agentes do mercado se mantinham atentos ao julgamento que pode rever a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o início de cumprimento da pena após a condenação em segunda instância na quinta-feira (17).
"Se eventualmente houver uma alteração, certamente teremos criminosos já condenados em liberdade e isso traz um incomodo sem precedentes para o investidor", afirmou Silva à Reuters.
Para ele, caso o STF decida pela procedência dos pleitos dos habeas corpus em julgamento, os mercados poderão ver um grande fluxo de saída de capital estrangeiro do país, seguido de uma alta da moeda norte-americana, destaca a Reuters.
Nesta sessão, o BC vendeu todos os US$ 525 milhões em moeda spot ofertados, e 10.500 contratos de swap cambial reverso (oferta de 10.500 contratos).
G1
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