A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda manteve nesta quinta-feira (21) a sua estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024 em 2,2% -- mesmo patamar que havia projetado em novembro do ano passado.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. O indicador serve para medir a evolução da economia.
A estimativa do governo federal segue acima da projeção do mercado financeiro, que prevê um crescimento de 1,80% para este ano. A expectativa foi coletada pelo Banco Central no boletim Focus, que ouviu mais de 100 bancos na última semana.
Já o Banco Central estima um crescimento da economia da ordem de 1,7% em 2024. A projeção foi divulgada em dezembro do ano passado por meio do relatório de inflação.
"O crescimento em 2024 deverá ser mais equilibrado, baseado no avanço de setores cíclicos e na expansão da absorção doméstica", avaliou o Ministério da Fazenda.
Para 2025, o Ministério da Fazenda também manteve a expectativa de crescimento do PIB brasileiro, que permaneceu em 2,8%. Com isso, o governo espera aceleração da atividade econômica no ano que vem.
O mercado financeiro, por sua vez, projeta uma expansão da economia de 2% no ano que vem.
Crescimento nos próximos anos
De acordo com a equipe econômica, alguns fatores devem auxiliar o crescimento da economia no médio prazo, que deverá ficar próximo de 2,5%. Entre eles:
Inflação
O Ministério da Fazenda melhorou sua estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2024.
Em novembro, o governo tinha estimado que a inflação atingiria 3,55% neste ano, valor que recuou para 3,50% no documento divulgado hoje.
Para 2025, a equipe econômica espera uma inflação de 3,10%, com alta em relação à estimativa anterior, divulgada em novembro do ano passado, de 3%.
A meta central de inflação definida para 2025 é 3%, podendo ser cumprida se ficar entre 1,5% e 4,5%.
Quanto maior a inflação, menor é o poder de compra das pessoas, principalmente das que recebem salários menores. Isso porque os preços dos produtos aumentam, sem que o salário acompanhe esse crescimento.
O principal instrumento do Banco Central para conter a inflação é a taxa básica de juros, atualmente em 10,75% ao ano após seis quedas consecutivas. Se as projeções de inflação estão em linha com as metas, o BC pode baixar os juros. Caso contrário, opta por manter a taxa ou até mesmo elevá-la.
"O impacto do El Niño sobre a inflação de alimentos, etanol e nas tarifas de energia elétrica foi menos intenso do que o inicialmente esperado. Além disso, reajustes já observados para itens monitorados nesse ano foram inferiores à expectativa, com destaque para licenciamento e emplacamento de veículos e tarifas de energia", informou o Ministério da Fazenda.
De acordo com o governo, os preços de bens industriais ainda vêm se beneficiando com o excesso de capacidade ociosa na China, em paralelo à desinflação gradual que continua sendo observada em serviços.
g1
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