O programa habitacional Minha Casa Minha Vida foi o responsável por puxar para cima as vendas de imóveis no país, tanto em número de novas unidades vendidas quanto em novos lançamentos.
Dados da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) e da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) mostram que o percentual de unidades comercializadas pelo programa cresceu 36,5%, acima da média de imóveis novos vendidos no Brasil, que foi de 29,2%.
Os dados foram antecipados com exclusividade à GloboNews e são do período de janeiro a novembro de 2023, em comparação a igual período de 2022.
As vendas totais no país, incluindo os imóveis de médio e alto padrão, alcançaram o valor de R$ 42,3 bilhões, com 144.854 unidades comercializadas.
No período compreendido no levantamento, 103.171 unidades do Minha Casa Minha Vida foram negociadas, o equivalente a 71% do total. E elas respondem por mais da metade do valor total de vendas de novos imóveis no Brasil: 53,6%, com R$ 22,7 bilhões em valor somado das unidades vendidas.
Segundo a Abrainc, o bom desempenho dentro do Minha Casa Minha Vida se explica por ajustes recentes que ampliaram o acesso ao programa, e vêm permitindo juros menores e parcelas mais administráveis, nas faixas que contemplam as famílias de menor renda.
Já na faixa 3, a mais alta, também houve uma alteração significativa, no segundo semestre do ano passado, no valor máximo de imóvel possível de ser financiado pelo programa, que subiu de R$ 264 mil para R$ 350 mil.
Os lançamentos continuam em alta: 42,2% a mais em valor total dos imóveis pelo programa, o equivalente a R$ 18,5 bilhões.
O levantamento aponta que, apesar das altas taxas de financiamento imobiliário, a trajetória de queda da taxa básica de juros pode manter o desempenho positivo em 2024.
“A continuidade do processo de redução da taxa Selic em 2024 contribuirá enormemente para o desenvolvimento de um dos setores mais importantes da economia, responsável pela geração de aproximadamente 11% dos empregos formais do país”, afirma o presidente da Abrainc, Luiz França.
Médio e alto padrão
Mesmo com crescimento mais comedido, o segmento de imóveis de médio e alto padrão também registrou alta, de 16,5% em volume de vendas, com 39.626 unidades comercializadas, e 18,8% de crescimento no valor total negociado, que chegou a R$ 19,1 bilhões.
Mas houve uma redução na oferta de novos imóveis. A queda nos lançamentos foi de 8,6%, ou R$ 15 bilhões em valor total. O número de unidades lançadas também diminuiu 39,9%, para 22.241 unidades.
Segundo o levantamento, essa é uma readequação gradual de mercado, por conta dos atuais níveis de estoque. No início do ano passado, a duração média de uma oferta de imóvel de médio e alto padrão era de 24 meses. Esse tempo reduziu e atualmente está em 15 meses.
O levantamento da Abrainc considerou o desempenho de 20 grandes incorporadoras no país.
g1
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