O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) se reúne nesta quarta-feira (31) e deve reduzir a taxa básica de juros da economia de 11,75% para 11,25% ao ano. A decisão será anunciada após as 18h.
O corte de 0,5 ponto percentual é a aposta da maior parte dos economistas dos bancos. Se confirmada, essa será a quinta redução seguida na taxa Selic — que cairá ao menor patamar desde março de 2022, quando estava em 10,75% ao ano.
Considerando o comportamento da inflação, a projeção do mercado financeiro é de que a taxa de juros continue recuando ao longo de 2024, e que termine este ano em 9% ao ano.
O Banco Central norte-americano também define a sua taxa básica de juros nesta quarta – quando isso acontece, economistas brasileiros chamam o dia de "Super Quarta". Por lá, a expectativa é de manutenção dos juros no patamar atual, entre 5,25% e 5,5%.
Como as decisões são tomadas
Para definir a taxa básica de juros e tentar conter a alta dos preços, no sistema de metas de inflação, o BC faz projeções para o futuro.
Neste momento, a instituição já está mirando na meta do ano que vem, e também para o primeiro semestre de 2025 (em doze meses). Isso ocorre porque as mudanças na taxa Selic demoram de seis a 18 meses para ter impacto pleno na economia.
Em comunicado, a XP avaliou que não há motivos, neste momento, para o BC alterar seu "plano de voo", que prevê cortes de juros nesta e nas próximas reuniões do Copom.
"Isto se deve, por um lado, pela tendência benigna de inflação, e por outro, pelo aumento das tensões geopolíticas e aceleração dos salários reais no mercado de trabalho doméstico. Além disso, as taxas de juros nos Estados Unidos, que precificam os ativos ao redor do mundo, permanecem voláteis. Por este motivo, nesse momento, não consideramos um cenário alternativo", informou.
Roberto Simioni, economista-chefe da Blue3 Investimentos, projeta novo corte de juros nesta semana, mas acrescenta que o cenário para os próximos meses demanda cautela por parte do Banco Central.
"Teremos desafios que poderão alterar as expectativas. Precisaremos acompanhar o comportamento da inflação de serviços, mas não somente isso. É preciso entender que desenho fiscal [contas públicas] será adotado, além das questões da pauta tributária a serem definidas", avaliou.
Consequências
De acordo com especialistas, a redução da taxa de juros no Brasil terá algumas consequências para a economia. Veja abaixo algumas delas:
g1
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