A taxa média de juros cobrada pelos bancos em operações com pessoas físicas e empresas recuou de 43,5% para 43,3% ao ano de agosto para setembro desse ano, informou o Banco Central nesta quarta-feira (27). É o menor patamar desde dezembro de 2022 (41,8% ao ano).
Essa foi a quarta queda seguida do juro médio dos bancos.
A taxa foi calculada com base em recursos livres – ou seja, não inclui os setores habitacional, rural e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O recuo do juro bancário no mês passado é reflexo do custo menor dos bancos na captação de recursos, após o Banco Central ter começado a reduzir a taxa básica da economia, a Selic, em agosto deste ano. Atualmente, a taxa Selic está em 12,25% ao ano após três cortes seguidos.
Cartão de crédito rotativo
Os juros médios cobrados pelos bancos nas operações com cartão de crédito rotativo recuaram de 445,5% ao ano, em agosto, para 441,1% ao ano em setembro.
É o menor nível desde julho deste ano (441,3% ao ano).
O crédito rotativo do cartão de crédito é acionado por quem não pode pagar o valor total da fatura na data do vencimento.
Mesmo com a queda em setembro, o patamar da taxa rotativa de juros segue proibitivo, segundo analistas. Essa é a linha de crédito mais cara do mercado e deve ser evitada.
A recomendação é que os clientes bancários paguem todo o valor da fatura mensalmente.
Crédito bancário
O volume total do crédito bancário no mercado, segundo o Banco Central, subiu 0,8% em setembro, para R$ 5,57 trilhões.
No mês passado, houve alta de 1,6% nos empréstimos para as empresas, para R$ 2,19 trilhões, e aumento de 0,3% nas operações de crédito para as pessoas físicas – para R$ 3,38 trilhões, acrescentou a instituição.
Para as pessoas físicas, o BC informou que o aumento em setembro decorreu da alta nos financiamentos para aquisição de veículos (+1,1%), do crédito consignado para aposentados e pensionistas do INSS (+1,2%) e do crédito consignado para trabalhadores do setor público (+0,5%).
Endividamento das famílias e inadimplência
Segundo o BC, o endividamento das famílias somou de 48% da renda acumulada nos 12 meses até agosto desse ano, contra 47,8% que haviam sido registrados em julho.
Esse é o maior patamar desde junho deste ano (48,3%).
A série histórica do BC para este indicador teve início em janeiro de 2005. Em fevereiro de 2020, antes da pandemia da Covid-19, o endividamento das famílias somava 41,8%.
Ao mesmo tempo, a taxa de inadimplência média registrada pelos bancos nas operações de crédito recuou de 3,6% em agosto para 3,5% em setembro deste ano. Este é o menor patamar desde abril deste ano, quando somou 3,4%. A série do BC para este indicador começa em março de 2011.
g1
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