Setembro 28, 2024

Endividamento aumenta entre os mais pobres, e inadimplência atinge o maior nível em 10 meses

Embora a proporção de famílias endividadas no país tenha permanecido estável em setembro, em 77,4%, mesmo resultado de agosto, a Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor), feita pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), mostra que a fatia de inadimplentes aumentou, principalmente entre os consumidores de renda mais baixa.

Segundo a pesquisa, divulgada nesta quarta-feira (11), o volume de endividados está no menor nível desde junho de 2022. No ano, a proporção de endividados caiu 2,0 p.p. (pontos percentuais).

A CNC apura o índice mensalmente desde 2010. Nas dívidas a vencer estão incluídos cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, cheque pré-datado, prestação de carro e de casa.

Entre os entrevistados para o estudo, a proporção dos que afirmam não ter condições de pagar dívidas atrasadas de meses anteriores avançou nos quatro grupos de renda pesquisados, com destaque para os 18,3% entre os consumidores de baixa renda, o maior volume da série histórica.

Em relação a setembro de 2022, também houve um aumento de 0,3 p.p. no volume de inadimplentes entre os consumidores de renda mais baixa. Nesse grupo da população houve uma elevação da inadimplência de 37,9%, em agosto, para 38,6%, em setembro.

No grupo com renda familiar mensal de até três salários mínimos, a proporção de endividados subiu de 79,1%, em agosto, para 79,4%, em setembro. A CNC ressalta que parte desse público poderá ter seus CPFs desnegativados a partir deste mês, por meio do programa Desenrola Brasil.

"Embora o endividamento mostre tendência de queda, os indicadores de inadimplência, por outro lado, seguem acelerando. O volume de consumidores com dívidas atrasadas (30,2%) chegou à maior proporção desde novembro de 2022, com três em cada dez pessoas endividadas apontando algum compromisso atrasado. O número de pessoas que afirmaram não ter condições de pagar dívidas de meses anteriores é o maior da série histórica, 13% do total de consumidores no país", diz a CNC, em nota.

Na classe média, nas famílias com renda de três a cinco salários mínimos, a proporção de endividados caiu de 78,4% para 77,9%, na comparação mensal. No grupo de quem ganha de cinco a dez salários mínimos, houve uma diminuição de 75,4% para 74,3%, e o conjunto de endividades entre as pessoas que têm renda acima de dez salários mínimos mensais ficou estável, em 74,9%.

A proporção de inadimplentes caiu de 28,5% para 27,6% na classe média, entre as pessoas com renda de três a cinco salários mínimos e, no grupo que recebe de cinco a dez salários mínimos, houve um ligeiro aumento, de 21,9% para 22,1%. No grupo que recebe acima de dez salários mínimos mensais, a fatia de inadimplentes avançou de 14,6% para 14,8% em setembro.

O cartão de crédito continua na liderança como o tipo de dívida que mais afeta a população, citado por 86,2% dos entrevistados, seguido por carnês (17,0%), crédito pessoal (9,1%), financiamento de carro (7,7%) e financiamento de casa (7,5%).

Os consumidores com dívidas atrasadas há mais de 90 dias são 47,8% do total de inadimplentes, maior proporção desde o início da pandemia, em março de 2020. O comprometimento da renda com dívidas também cresceu nos últimos três meses, para uma média de 30,1% do rendimento familiar, maior porcentual desde janeiro deste ano, destaca a nota da CNC.

R7, com Agência Estado
Portal Santo André em Foco

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