O dólar rondava estabilidade contra o real nesta terça-feira (24), depois de oscilar entre perdas e ganhos, em dia marcado por ajustes, com investidores ainda monitorando a cena externa e os desdobramentos das relações comerciais entre Estados Unidos e China, e após o discurso do presidente Jair Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU.
Às 14h10, a moeda norte-americana subia 0,02%, vendida a R$ 4,1728. Na máxima até o momento, chegou a R$ 4,1835 e, na mínima, a R$ 4,1529.
O dólar atingiu o patamar de R$ 4,18 durante o discurso do presidente, antes de voltar a rondar a estabilidade.
Para Igor Ghellardi Cruvinel, sócio-diretor de investimentos da Doc Concierge, o discurso "adicionou um pouco mais de pressão a um mercado que já está sensível", segundo a agência Reuters.
Segundo operadores, a baixa taxa de juros no Brasil segue colaborando para uma fuga de capital estrangeiro, especialmente de fundos especulativos, em busca de melhor remuneração em outros mercados.
Na semana passada, o Banco Central cortou a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, a 5,50% ao ano, dando sequência ao ciclo de queda de juros. A autoridade monetária também indicou que deve prosseguir com os cortes diante da fraca recuperação econômica.
No dia anterior, a moeda norte-americana subiu 0,43%, a R$ 4,1714.
Em ata divulgada nesta terça, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central estimou que, após expansão "acima do esperado" no segundo trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) deve apresentar "ligeiro crescimento" no terceiro trimestre. O BC também projetou inflação abaixo da meta para 2019 e 2020 e indicou novo corte nos juros básicos da economia.
A última reunião do Copom foi realizada na semana passada, quando os juros básicos da economia recuaram para a mínima histórica de 5,5% ao ano.
A previsão da maior parte do mercado, até o momento, é de que a taxa deve cair para 5% ao ano até o fechamento de 2019, mas há bancos que projetam uma redução ainda maior, para 4,5% ao ano.
Os investidores estão ainda à espera de novidades sobre as negociações comerciais entre EUA e China.
Um acordo comercial entre as duas potências pareceu ter ficado mais distante na sexta-feira, depois que autoridades chinesas cancelarem inesperadamente uma visita a fazendas de Montana e Nebraska em meio a dois dias de negociações em Washington.
Em seu discurso na Assembleia geral das Nações Unidas, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que espera que os dois países consigam chegar a um acordo que seja bom para ambos.
G1
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