A Petrobras registrou um lucro líquido de R$ 28,782 bilhões no segundo trimestre deste ano, informou a companhia nesta quinta-feira (3). O resultado representa um recuo de 47% frente aos R$ 54,330 bilhões contabilizados no mesmo período de 2022.
Segundo a petroleira, os números são explicados, principalmente, pelos seguintes fatores:
desvalorização do petróleo tipo Brent no mercado internacional;
queda de mais de 40% nos crack spreads internacionais do diesel (diferença entre o preço do petróleo bruto e o produto derivado);
maiores despesas operacionais, especialmente com tributos e impairment (redução do valor de ativos).
O preço médio do Brent ficou em US$ 78,39 por barril entre abril e junho, uma queda de 31,1% na comparação com um ano antes, segundo o balanço da empresa.
"Estes efeitos foram parcialmente compensados por maiores ganhos de capital com venda de ativos, menores despesas financeiras — fruto dos ganhos com variação cambial devido à apreciação do real frente ao dólar — e menores despesas com imposto de renda", informou a companhia.
Apesar do recuo no lucro, houve folga para o conselho de administração da Petrobras aprovar remuneração aos acionistas no valor de R$ 1,149304 por ação ordinária e preferencial, o equivalente a R$ 15 bilhões.
Em nota, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, declarou que a companhia "apresentou uma performance financeira e operacional consistente no segundo trimestre, mantendo sua rentabilidade de maneira sustentável e com total atenção às pessoas".
"Vamos seguir trabalhando, focados no presente, mas também de olho no futuro, preparados para a transição energética justa e investindo no futuro da companhia e do Brasil", disse.
Conforme o desempenho divulgado nesta quinta, o lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda) ajustado da Petrobras totalizou R$ 56,7 bilhões no segundo trimestre, uma queda de 42,3% ante o mesmo período de 2022.
Já a receita de vendas da companhia somou R$ 113,8 bilhões, um recuo de 33,4% na comparação com um ano antes.
Mudança na política de preços
Este é o primeiro resultado divulgado pela empresa após o anúncio da nova política de preços dos combustíveis, em 16 de maio.
Desde então, a estatal não obedece mais à política de paridade internacional (PPI), que reajustava o preço dos combustíveis com base nas variações do dólar e da cotação do petróleo no exterior.
Agora, a empresa leva dois pontos como referência para a determinação dos seus preços:
o "custo alternativo do cliente, como valor a ser priorizado na precificação";
o "valor marginal para a Petrobras". Entenda.
Na ocasião, o presidente da companhia, Jean Paul Prates, afirmou que a nova estratégia ainda teria o cenário internacional como referência, mas com um "filtro", que busca amortecer choques externos.
"Nós vamos ter o efeito da referência internacional? Vamos, mas ele vai estar refratado numa série de possibilidades nacionais, no abrasileiramento dos preços, que vão fazer com que a gente consolide patamares antes de fazer reajustes", disse Prates.
g1
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