O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou nesta terça-feira (27) que está muito confiante na queda da taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 13,75% ao ano.
Ele participou da cerimônia de lançamento do Plano Safra no Palácio do Planalto.
Também presente no evento, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou ao g1 que a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgada mais cedo nesta terça-feira, "veio mais realista".
"Veio mostrando que há uma sinalização para queda de juros a partir de agosto. E garantindo também aquilo que nós já temos certeza que estamos fazendo. Se olharem na ata a divergência de alguns votos já mostra que eles já reconhecem o trabalho da equipe econômica. Nós não estamos plantando só sementes, estamos plantando credibilidade, segurança jurídica, previsibilidade para o Brasil. E ata vem reconhecendo isso. Agora só falta em agosto começar a baixar os juros", declarou a ministra do Planejamento.
A ministra também criticou o fato de o BC não ter sinalizado claramente, no comunicado da última reunião do Copom, divulgado na semana passada, um possível corte de juros em agosto.
"De novo, a ata vindo de forma quase que contrária ao que é dito no comunicado. Esse é um dado que o Banco Central precisa rever, cria uma situação de estresse desnecessário no comunicado e depois vem com uma ata mais realista. Não deixa de ser uma crítica construtiva, que isso seja revisto pelo Banco Central", declarou Tebet ao g1.
Em documento divulgado mais cedo, a maioria dos integrantes do Copom, colegiado formado pelo presidente e diretores do Banco Central, responsável por fixar os juros básicos da economia, avaliou que a continuidade da queda da inflação, e seu impacto sobre as expectativas do mercado para o IPCA, pode possibilitar uma queda dos juros no começo de agosto.
"A avaliação predominante [entre os integrantes do Copom] foi de que a continuação do processo desinflacionário em curso, com consequente impacto sobre as expectativas, pode permitir acumular a confiança necessária para iniciar um processo parcimonioso [bem gradual] de inflexão [corte dos juros] na próxima reunião [marcada para o início de agosto]", informou o Banco Central.
Em discurso na cerimônia do Plano Safra, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, precisa ser convocado ao Senado, para "saber qual é a responsabilidade dele com o Brasil".
"Qual o sentido que se faz de ter taxas de juros, a Selic, de 13,75% ao ano? O que ele pensa dos empregos, o que ele pensa do desenvolvimento desse país?", questionou.
Ministro da Fazenda
Também nesta terça-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que há uma sinalização clara de "boa parte" da diretoria do Banco Central de que os efeitos da taxas de juros elevadas "produziram os resultados, e que o risco fiscal [de descontrole das contas públicas] está afastado".
Ele acrescentou que há, em sua visão, um "consenso" em relação à trajetória próxima das taxas da taxa básica de juros, atualmente em 13,75% ao ano – o maior nível em seis anos e meio.
"O Brasil está em trajetória fiscal sustentável e, portanto, a harmonização da política fiscal [relativa às contas públicas] com a política monetária [decisões de juros por parte do BC para conter a inflação], que é algo que e defendo desde dezembro, eu acredito que possa acontecer brevemente [um possível corte de juros]", declarou Haddad.
G1
Portal Santo André em Foco
Make sure you enter all the required information, indicated by an asterisk (*). HTML code is not allowed.