Os preços do seguro de automóveis cresceram 15% no acumulado de janeiro de 2022 até o mesmo mês de 2023. No ano passado como um todo, o aumento consolidado desses preços foi de 12,3%. Os dados são do Índice de Preços do Seguro de Automóvel (IPSA), elaborado pela TEx, plataforma de inteligência de dados.
Segundo empresários do setor, o movimento reflete uma série de fatores e ainda tem efeitos diretos vindos da pandemia. Além do avanço da sinistralidade diante da reabertura da economia e da volta da circulação de carros nas ruas, por exemplo, ainda houve os impactos da falta de componentes vista nos últimos meses — cenário que ainda pesa na cadeia de produção do setor.
“Tivemos notícias recentes de novas interrupções na produção de veículos por falta de componentes e é possível que vejamos novamente esse ciclo de menos veículos novos disponíveis. Isso pode aumentar a busca por peças no mercado paralelo e, consequentemente, trazer uma alta no furto de veículos — o que também pode acabar tendo novas influências nos preços do seguro”, afirma o presidente da TEx, Emir Zanatto.
Além disso, a falta de componentes para a produção ainda reduziu a oferta e afetou o preço dos veículos, o que também faz peso nos preços dos seguros.
“Em um primeiro momento, quando a seguradora fez a precificação desses seguros, ela considerou que faria indenizações com base em um preço específico da tabela Fipe [documento que serve como parâmetro para determinar o preço médio de veículos no mercado nacional]. Mas conforme os meses passaram, o valor dos carros subiu e, quando os sinistros voltaram a aumentar, ela acabou precisando pagar valores muito maiores do que o previsto”, explicou o diretor técnico e vice-presidente da Minuto Seguros, Manes Erlichman.
Perfil dos clientes
Além do cenário macroeconômico, os especialistas reforçam que o perfil dos clientes também acaba influenciando no preço dos seguros. Características como a idade e o local onde vivem, por exemplo, são considerados na precificação dos produtos.
“Em algumas cidades, o furto chega a ter um peso de 50% na formação do preço do seguro”, explica Zanatto.
Dados do IPSA apontam, por exemplo, que há uma diferença grande de preços entre pessoas que têm a mesma idade, mas que moram em localidades diferentes. O mesmo acontece entre pessoas que moram na mesma região, mas possuem diferentes faixas etárias.
Além disso, as características do veículo, como a idade e o preço do automóvel na tabela Fipe, também influenciam no preço do seguro.
“Outro ponto interessante é que um veículo híbrido ou elétrico tem um seguro, em média, 30% mais barato do que um veículo com gasolina”, conta o presidente da TEx. “Uma das explicações é que, como o veículo ainda não tem muito interesse no mercado paralelo, o volume de furtos é bem menor”, completa.
Produtos personalizados
Com o aumento nos preços dos seguros, uma das tendências do segmento é a crescente demanda por produtos personalizados.
“Muitas vezes o seguro com todas as coberturas não cabe no bolso do consumidor. E isso mostra a importância do corretor nesse processo já que, nesses casos, conseguimos oferecer algumas alternativas. Diminuímos as coberturas e alongamos os prazos, por exmplo, para quem procura os seguros mais tradicionais”, explica Erlichman.
g1
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