O dólar opera em alta nesta segunda-feira (2), de olho nas medidas do governo da Argentina que limitam a compra de dólares no país, e em dia de liquidez reduzida por causa do feriado do Dia do Trabalho nos EUA, com os investidores digerindo os dados sobre a China, bem como a entrada em vigor das tarifas dos Estados Unidos.
Às 13h32, a moeda norte-americana subia 0,57%, vendida a R$ 4,1649.
Na sexta-feira, a moeda norte-americana recuou 0,69%, vendida a R$ 4,1415, interrompendo seis sessões de alta. No mês de agosto, a alta foi de 8,46% - pior desempenho entre emergentes, com exceção do peso argentino, contra o qual o dólar subiu 35,80% no mês. O desempenho do real só não foi pior que o de agosto do ano passado, às vésperas do início da campanha eleitoral, quando o dólar se valorizou 8,49% no Brasil, segundo o ValorPro.
A combinação de juros mais baixos no Brasil, preocupações com a guerra comercial entre EUA e China, incertezas político-econômicas na Argentina, fluxos de saída do mercado local e polêmicas sobre queimadas na Amazônia fez o real amargar a maior desvalorização mensal em um ano.
Cenário local
No plano doméstico, os mercados avaliavam ainda a piora na avaliação do governo Bolsonaro, buscando indicações sobre como isso pode afetar a agenda de reformas. A reprovação ao presidente Jair Bolsonaro subiu para 38% em agosto ante 33% em julho, enquanto a aprovação passou de 33% para 29%, de acordo com pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda-feira.
O Banco Central vendeu nesta segunda-feira US$ 450 milhões em moeda à vista em operação simultânea com a colocação de 9 mil contratos de swap cambial reverso.
O BC dará sequência aos leilões, após retomar a venda direta de dólares no mercado à vista pela primeira vez em 10 anos. O BC fará as operações simultâneas de ofertas de dólar spot, swap reverso e swap tradicional até 27 de setembro.
A turbulência do último mês levou participantes do mercado financeiro a continuar ajustando suas previsões de câmbio para o fim do ano. Segundo a pesquisa Focus, a projeção subiu de R$ 3,80 para R$ 3,85. Já a expectativa para o IPCA voltou a cair, apesar do dólar mais forte: de 3,65% para 3,59%.
Cenário externo
Os investidores acompanham os desdobramentos do controle de capitais anunciado pela Argentina, já que o Brasil tem fortes laços comerciais com a vizinha latino-americana. O governo argentino determinou limite de compra de US$ 10 mil por mês por pessoa, assim como transferências para o exterior, além de prazo para as exportadoras venderem dólares. As medidas visam estancar a fuga de capital e estabilizar o peso, que se desvalorizou 36,65% frente ao dólar desde o início do ano.
Os Estados Unidos começaram a impor tarifas de 15% sobre uma variedade de produtos chineses no domingo --incluindo calçados, relógios inteligentes e TVs de tela plana--, enquanto a China começou a cobrar novas tarifas sobre o petróleo norte-americano.
Dados positivos da China, no entanto, ajudam a amenizar a última rodada de tarifas entre Estados Unidos e China. A produção manufatureira da China aumentou inesperadamente em agosto, mostrou o índice PMI Caixin/Markit, contradizendo um relatório oficial de sábado que mostrou uma contração. No entanto, ambas as pesquisas apontaram para pedidos e confiança comercial fracos devido à guerra comercial.
O presidente dos EUA, Donald Trump, disse que os dois lados ainda se encontrarão para negociações no final deste mês.
G1
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