Os saques nas cadernetas de poupança superaram os depósitos em R$ 7,430 bilhões em outubro deste ano, informou nesta sexta-feira (5) o Banco Central.
De acordo com a instituição, os depósitos na modalidade de investimentos somaram R$ 278,078 bilhões no mês passado. Já as retiradas de recursos totalizaram R$ 285,509 bilhões no período.
Esse foi o terceiro mês seguido com saída líquida de recursos, segundo a série histórica do BC. Em setembro, R$ 7,719 bilhões também deixaram as poupanças.
A saída de recursos da poupança acontece em um momento de alta da inflação – que, na prévia do IPCA, acelerou a alta para 1,20% em outubro. Trata-se da maior variação para um mês de outubro desde 1995 (1,34%), e a maior variação mensal desde fevereiro de 2016 (1,42%). Em 12 meses, a inflação atingiu 10,34%.
Ao mesmo tempo, a taxa de desemprego no Brasil caiu para 13,2% no trimestre encerrado em agosto, mas a falta de trabalho ainda atinge 13,7 milhões de brasileiros.
Parcial do ano
De janeiro a outubro deste ano, foi registrada saída líquida (saques superiores às retiradas) de R$ 30,779 bilhões, informou o BC
Essa foi maior retirada de recursos para o período desde 2016, quando houve a saída de R$ 53,251 bilhões da modalidade. A série histórica do Banco Central começa em 1995.
Volume total
Com a saída de recursos da poupança no mês passado, o estoque dos valores depositados – ou seja, o volume total aplicado nessa modalidade – registrou queda no período.
Em dezembro do ano passado, o saldo da poupança estava em R$ 1,035 trilhão, passando para R$ 1,031 trilhão em setembro deste ano e para R$ 1,027 trilhão em outubro.
Além dos depósitos e dos saques, os rendimentos creditados nas contas dos poupadores também são contabilizados no estoque da poupança. Em outubro deste ano, os rendimentos somaram R$ 3,284 bilhões.
Rendimento da poupança
Com a taxa básica de juros atualmente em 7,75% ao ano, após nova elevação pelo Banco Central, a rentabilidade da poupança é de 0,44% ao mês e de 5,43% ao ano.
Pela norma em vigor, há corte no rendimento da poupança sempre que a taxa Selic estiver abaixo de 8,5% ao ano. Nessa situação, a correção anual das cadernetas fica limitada a 70% da Selic + Taxa Referencial, calculada pelo BC.
Mesmo rendendo um pouco mais, com a alta da taxa básica de juros, a poupança continua perdendo para a inflação. Já são 13 meses seguidos que a modalidade amarga uma queda no poder de compra.
Desde o final do ano passado, a poupança vem perdendo rentabilidade em termos reais. Em setembro, o retorno em 12 meses, descontada a inflação, foi de -7,46%, segundo levantamento da provedora de informações financeiras Economatica. Foi o pior rendimento real da poupança desde outubro de 1991, quando o poupador que deixou o dinheiro nesta modalidade perdeu -9,72% no acumulado em 1 ano.
g1
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