O trabalho por conta própria no país, que também engloba também os chamados "bicos", atingiu o número recorde de 24,8 milhões de pessoas no 2º trimestre, o que corresponde a 28,3% de toda a população ocupada, segundo informou nesta terça-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O contingente representa um crescimento de 4,2% (mais 1 milhão de pessoas) na comparação com o trimestre anterior. Em um ano, o contingente avançou 14,7%, o que representa 3,2 milhões de pessoas a mais neste tipo de ocupação.
O salto do número dos trabalhadores por conta própria foi o grande responsável pelo aumento do número de ocupados no país e pela redução da taxa de desemprego.
Na comparação com o mesmo período do ano passado, aumentou em 5,3% (mais 4,4 milhões) o número de pessoas ocupadas no mercado de trabalho. Deste contingente, 71% (3,175 milhões) eram trabalhadores por conta própria. Ou seja, de cada 10 novos postos de trabalho adicionados no país no último ano, 7 foram por conta própria.
Do total de 24,8 milhões que atuam por conta própria, apenas 5,7 milhões possuem CNPJ. O total sem CNPJ chegou a 19,1 milhões contra 16,3 milhões há 1 ano. Segundo o IBGE, 52,2% da alta da ocupação na comparação mensal e 62,7% do avanço na comparação anual vieram do aumento dos conta própria informais.
Recuo na taxa de desemprego
Segundo o IBGE, a taxa de desemprego no Brasil ficou em 14,1% no 2º trimestre, ante 14,7% no 1º trimestre. Já o número de desempregados caiu de 14,8 milhões para 14,4 milhões. Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad).
O aumento da ocupação no segundo trimestre se concentrou, principalmente, em atividades relacionadas à alojamento e alimentação (alta de 9,1% na comparação com o 1º trimestre), construção (5,7%), serviços domésticos (4,0%) e agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (3,8%).
Em 1 ano, número de informais cresce quase 5 milhões
Os trabalhadores informais, que incluem aqueles sem carteira assinada (empregados do setor privado ou trabalhadores domésticos), sem CNPJ (empregadores ou empregados por conta própria) ou trabalhadores sem remuneração, somaram 35,6 milhões de pessoas e uma taxa de 40,6%.
No trimestre anterior, a taxa foi de 39,6%, com 34 milhões de informais. Há um ano esse contingente era menor, 30,8 milhões e a taxa de informalidade era de 36,9%.
Renda menor
O rendimento médio dos trabalhadores por conta própria no 2º trimestre foi de R$ 1.828, bem abaixo da média do país (R$ 2.515) e do trabalho com carteira assinada (R$ 2.375). Para quem atua por conta própria sem CNPJ, foi ainda menor, de R$ 1.423.
G1
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