O dólar opera em alta nesta sexta-feira (19), acompanhando uma correção global, depois de cair ao menor nível em cinco meses na véspera por declarações de autoridades do Federal Reserve (BC dos EUA).
Às 10h51, a moeda norte-americana subia 0,25%, vendida a R$ 3,7369.
Na quinta-feira, dólar recuou 0,87%, a R$ 3,7277, com expectativas de juros mais baixos nos EUA. Foi o menor patamar de fechamento desde 19 de fevereiro (R$ 3,7150). Na parcial do mês, a divisa tem queda de 2,91% ante o real. No ano, o recuo acumulado é de 3,78%.
Corte de juros nos EUA
Após operar em leve baixa durante a maior parte do pregão da véspera, o dólar aprofundou a queda com declaração do presidente do Fed de Nova York, John Williams, de que as autoridades não podem esperar que ocorra um desastre econômico para adotarem estímulo.
Pouco após a declaração de Williams, o vice-chair do Fed, Richard Clarida, também disse que os estímulos não devem aguardar até que os dados sofram virada decisiva.
Mercados globais interpretaram as declarações como indicações fortes de que o banco central dos EUA optaria por um corte mais agressivo de juros, acima da redução de 0,25 ponto percentual que investidores projetavam de maneira consensual.
No entanto, no fim do dia um representante do Fed de Nova York esclareceu que as declarações de Williams não se referiam a um direcionamento da política monetária, o que levou o dólar a recuperar suas perdas.
Neste pregão, ocorria um reposicionamento global das apostas quanto ao corte de juros que o Fed fará, com investidores voltando a se concentrar em uma redução de 0,25 ponto percentual.
"(Dólar) voltou naturalmente com a sinalização de que, se (o Fed) cortar, será em 0,25 ponto percentual, e não 0,5 ponto. Com o Fed sendo mais conservador no corte, voltou a valorizar o dólar", explicou à Reuters o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva.
Neste sentido, o real opera em linha com o movimento global e com seus pares emergentes, como o peso mexicano. O índice do dólar contra uma cesta de moedas avançava cerca de 0,3%.
Cenário local
O cenário doméstico chega ao fim da semana com poucas notícias e investidores acompanham os leilões de linha de venda de dólar com compromisso de recompra que o Banco Central realiza nesta segunda e sexta-feiras para rolagem do vencimento agosto, com oferta de US$ 2 bilhões em cada um dos dias.
Dada a baixa liquidez do mercado neste mês de julho, a decisão do BC de atuar no câmbio foi saudada por agentes financeiros, mas não havia impacto nos preços do câmbio.
G1
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