Novembro 27, 2024

IGP-M: inflação do aluguel tem maior taxa para março desde 1994

Pressionado pelo aumentos dos combustíveis, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) acelerou a alta para 2,94% em março, após avançar 2,53% em fevereiro, segundo divulgou nesta terça-feira (30) a Fundação Getulio Vargas (FGV). A taxa é a maior para meses de março desde 1994 , ano da implantação do real. Naquele ano, o IGP-M ficou em 45,71% em março.

Com este resultado, o indicador acumula alta de 8,26% no ano e de 31,10% em 12 meses. Trata-se da maior taxa para 12 meses desde maio de 2003 (31,53%).

Em março de 2020, o índice havia subido 1,24% e acumulava alta de 6,81% em 12 meses.

O IGP-M é conhecido como 'inflação do aluguel', por servir de parâmetro para o reajuste da maioria dos contratos de locação residencial. Ele sofre uma influência considerável das oscilações do dólar, além das cotações internacionais de produtos primários e matérias-primas.

“Todos os índices componentes do IGP-M registraram aceleração. No índice ao produtor, os aumentos recentes dos preços das matérias-primas continuam a influenciar a aceleração de bens intermediários (4,67% para 6,33%) e de bens finais (1,25% para 2,50%). Além disso, os aumentos dos combustíveis também contribuíram para o avanço da inflação ao produtor e ao consumidor. Na construção civil, os materiais para a construção seguem em aceleração impulsionados pela alta dos preços dos insumos básicos”, afirma André Braz, coordenador da pesquisa.

Composição do índice

  • O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que possui peso de 60% na composição do IGP-M, subiu 3,56% em março, ante 3,28% em fevereiro. A taxa do grupo Bens Intermediários passou de 4,67% em fevereiro para 6,33% em março;
  • O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), com peso de 30% no IGP-M, saltou para 0,98% em março, contra 0,35% em fevereiro;
  • Índice de Nacional de Custo da Construção (INCC), com peso de 10% no IGP-M, subiu 2% em março, ante 1,07% no mês anterior.

O que mais pesou no varejo e no atacado
Segundo a pesquisa, o preço médio da gasolina aumentou 11,33% em março para consumidores e 23,81% para os produtores. Veja abaixo os itens que mais pressionaram o IGP-M em março:

Maiores pressões de altas no IPA

  • Óleo Diesel: 25,87%
  • Gasolina automotiva: 23,81%
  • Minério de ferro: 2,68%
  • Soja (em grão): 1,93%
  • Adubos ou fertilizantes: 14,32%

Maiores pressões de altas no IPC

  • Gasolina: 11,33%
  • Etanol: 16,64%
  • Gás de bujão: 4,23%
  • Plano e seguro de saúde: 0,83%
  • Aluguel residencial: 0,88%

Maiores pressões de altas no INCC

  • Vergalhões e arames de aço ao carbono: 19,39%
  • Tubos e conexões de PVC: 7,62%
  • Tubos e conexões de ferro e aço: 5,64%
  • Elevador: 2,89%
  • Esquadrias de alumínio: 3,24%

O IGP-M tem registrado variações bem acima da inflação oficial medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A meta central de inflação do governo para este ano é de 3,75%. Pelo sistema de metas, não haverá descumprimento se a inflação oscilar entre 2,25% e 5,25% em 2021. A expectativa do mercado para o IPCA deste ano passou de 4,71% para 4,81%, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central.

G1
Portal Santo André em Foco

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