As contas do governo devem registrar um déficit primário de R$ 831,8 bilhões neste ano, estimou o Ministério da Economia nesta terça-feira (22) por meio de balanço das medidas de enfrentamento da Covid-19.
Quando as despesas do governo superam as receitas com impostos e contribuições, há déficit primário. Quando ocorre o contrário, é registrado superávit. Esse conceito não considera os gastos do governo com o pagamento dos juros da dívida pública, por isso se chama primário.
Em novembro, no relatório de receitas e despesas do orçamento deste ano, a área econômica estimou que o rombo nas contas públicas seria maior: de R$ 844 bilhões.
No final de outubro, por ocasião do balanço das ações de combate à pandemia do novo coronavírus, a previsão estava em um déficit fiscal de R$ 880,5 bilhões nas contas do governo.
O novo cálculo considera uma retração de 4,5% para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, última estimativa divulgada pelo Ministério da Economia.
Para este ano, o governo tinha autorização para registrar em suas contas um déficit primário de até R$ 124,1 bilhões.
Entretanto, com o decreto de calamidade pública, proposto pelo governo e aprovado pelo Congresso Nacional devido à pandemia de Covid-19, o governo foi desobrigado de cumprir a meta, ou seja, foi autorizado a gastar mais.
Gastos e queda de receitas
Segundo o balanço do Ministério da Economia, as medidas de combate à Covid-19, neste ano, estão estimadas em R$ 620,5 bilhões.
Desse valor total, 594,2 bilhões referem-se ao aumento de despesas e R$ 26,2 bilhões à redução de tributos (como a zeragem do IOF para operações de crédito e redução de tributos para importação de produtos hospitalares).
Os principais gastos estimados são:
Do lado das despesas, a principal novidade é a inclusão de R$ 20 bilhões autorizados por meio de Medida Provisória para a compra de vacinas. Essa medida, porém, terá impacto nas contas públicas somente em 2021, acrescentou o Ministério da Economia.
Também está previsto o pagamento de outros R$ 11,6 bilhões, no próximo anos, em restos a pagar dos Ministérios da Cidadania, Saúde e Trabalho.
Dívida pública e reformas
A área econômica também baixou de 96% para 93,3% sua estimativa para a dívida bruta do setor público (que engloba também estados, municípios e empresas estatais) no fim desse ano. No fim do ano passado, a dívida bruta estava em 75,8% do PIB.
Por conta do forte crescimento da dívida pública neste ano, por conta das medidas de combate à pandemia do novo coronavírus, o Ministério da Economia voltou a defender uma agenda de reformas para reequilibrar as contas públicas e aumentar a produtividade da economia.
São elas:
G1
Portal Santo André em Foco
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