A confiança do consumidor, pedida pela Fundação Getulio Vargas (FGV), caiu 3,2 pontos em dezembro, para 78,5 pontos, registrando a terceira queda consecutiva.
De acordo com Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das sondagens, a terceira queda consecutiva da confiança dos consumidores decorre de piora tanto da satisfação dos consumidores com o presente quanto das expectativas em relação aos próximos meses.
"Diante de uma segunda onda de covid-19, fim dos benefícios emergenciais e desemprego elevado, os consumidores, principalmente os de menor poder aquisitivo, sinalizam que continuarão contendo consumo", afirma.
Viviane explica que o comportamento mais cauteloso está relacionado principalmente a uma percepção de dificuldade de se obter emprego: 97,5% dos consumidores avaliam que está difícil conseguir trabalho no momento, fazendo com que o indicador atinja o menor nível dos últimos 16 anos. Isso acontece mesmo com com a aproximação do início das campanhas de vacinação, ou seja, o consumidor continua desanimado em relação a 2021.
Em dezembro, houve piora da percepção dos consumidores em relação ao momento e das expectativas para os próximos meses.
A percepção de piora da situação corrente é ainda pior nas avaliações sobre as finanças familiares. Em relação às expectativas, o indicador que mede as perspectivas sobre as finanças das famílias foi o que mais contribuiu para a queda - esse movimento afeta novamente o ímpeto de compras com bens duráveis para os próximos meses, segundo a FGV.
Na análise por faixas de renda, houve recuo da confiança em todas as famílias, exceto nas de renda acima de R$ 9,6 mil - houve aumento de 1,2 ponto, após queda de 3,1 pontos no mês anterior. A queda foi mais intensa para as famílias de menor poder aquisitivo (8,7 pontos), influenciado pela piora na situação financeira das famílias.
G1
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