O dólar opera em forte alta nesta sexta-feira (12), chegando a bater R$ 5,11 na abertura, na volta do feriado e depois de uma quinta-feira turbulenta nos mercados globais, à medida que aumentaram as dúvidas sobre o ritmo de recuperação da economia global e os temores de uma segunda onda de contágio por coronavírus.
Às 14h19, a moeda norte-americana era vendida a R$ 5,0572, em alta de 2,51%. Mais cedo, na abertura, chegou a registrar alta de mais de 3%, e bateu R$ 5,1128.
Já o Ibovespa opera em queda de mais de 2% nesta sexta.
Na quarta-feira (10), o dólar fechou a R$ 4,9334, com avanço de 0,92%. Já na segunda-feira, fechou a R$ 4,8539, na menor cotação em quase 3 meses. Na parcial do mês ainda acumula queda de 7,55%. No ano, a valorização é de 23,03%.
O Banco Central realizará nesta sexta-feira leilão para rolagem de até 12 mil contratos de swap tradicional com vencimento em setembro de 2020 e fevereiro de 2021, destaca a Reuters.
Cenário externo e interno
As bolsas da Europa fecharam em leve alta nesta sexta, após forte tombo na véspera, com as graves perspectivas econômicas divulgadas pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) e os crescentes casos de coronavírus nos Estados Unidos lembrando os investidores de que os danos econômicos causados pela pandemia estão longe de terminar.
Wall Street também tinha uma sessão de recuperação após ter registrado na quinta-feira o pior pregão em quase três meses, após o BC dos EUA ter projetado que a economia norte-americana deve recuar 6,5% em 2020, enquanto o desemprego deve fechar o ano ainda em 9,3%.
Em ajuste após a queda da sessão anterior, boa parte das moedas emergentes ou ligadas a commodities --como dólar australiano, peso mexicano, lira turca e rand sul-africano-- saltava acentuadamente contra o dólar nesta sexta-feira, destaca a Reuters.
Jefferson Rugik, da Correparti Corretora, citou em nota "movimento de compensação", com os participantes do mercado partindo para um movimento de recomposição de posições defensivas, acrescentando que a "única certeza que fica é de que a 'rainha volatilidade' deve voltar a exibir forte presença no nosso mercado de câmbio".
No cenário doméstico, permaneceram as incertezas sobre a perspectivas de recuperação da economia, em meio a um cenário de permanente avanço do número de novos casos diários da Covid-19 e de tensões políticas.
"Na política, o presidente Jair Bolsonaro segue formando sua base de apoio com a entrega de cargos e recriou a pasta do Ministério das Comunicações, entregando-a para o deputado do PSD-RJ, Fábio Faria. Com isso o presidente tem cada vez mais apoio do chamado “centrão” no Congresso", destaca a equipe da Necton.
Nesta semana, os economistas do mercado financeiro reduziram novamente a previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2020, conforme boletim "Focus" do Banco Central. A projeção passou de uma queda de 6,25% para um tombo de 6,48%.
Já a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) estimou uma contração de pelo menos 7,4% para o PIB do Brasil neste ano, podendo chegar a um tombo de 9,1% em caso de segunda onda da pandemia e necessidade de regresso aos confinamentos.
A projeção do mercado brasileiro para a taxa de câmbio no fim de 2020 ficou estável em R$ 5,40, de acordo com o boletim Focus. Para o fechamento de 2021, permaneceu em R$ 5,08 por dólar.
Uma pesquisa da Reuters apontou que a taxa básica de juros do Brasil deve cair para a mínima de 2,25% ao ano na próxima quarta-feira, com o Banco Central ampliando um esforço emergencial para revigorar a atividade econômica prejudicada pela pandemia de coronavírus. Atualmente, a Selic está em 3% ao ano.
G1
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