A economia brasileira fechou 860.503 empregos com carteira assinada em abril deste ano, segundo números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta quarta-feira (27) pelo Ministério da Economia.
O saldo é a diferença entre as contratações (598.596) e as de demissões (1.459.099) no perÃodo.
Esse é o pior resultado para meses de abril desde o inÃcio da série histórica da Secretaria Especial de Trabalho e Previdência do Ministério da Economia - que tem inÃcio em 1992. Com isso, foi a maior demissão registrada para esse mês em 29 anos.
O recorde de demissões acontece em meio à pandemia do novo coronavÃrus, que tem derrubado o nÃvel de atividade e empurrado a economia mundial para recessão. A expectativa dos economistas dos bancos é de uma queda de quase 6% para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.
Essa é a primeira divulgação dos dados sobre empregos formais relativo ao ano de 2020. O último resultado tornado público pelo governo foi o de todo ano passado - que saiu em janeiro deste ano.
No fim de março, o Ministério da Economia suspendeu a divulgação do Caged porque empresas haviam deixado de enviar informações, principalmente referentes às demissões de trabalhadores formais, o que poderia comprometer a qualidade dos dados. E pediu que as empresas retificassem e reenviassem as informações.
Parcial do ano
Os números oficiais do governo mostram também que, nos quatro primeiros meses deste ano, foram fechados 763.232 empregos com carteira assinada.
No acumulado deste ano, ainda de acordo com a área econômica, foram contratados, com carteira assinada, 4.999.981 trabalhadores, e foram fechadas 5.763.213 vagas formais.
Esse é o pior resultado, para esse perÃodo, desde o inÃcio da série histórica disponibilizada pelo Ministério da Economia - que começa em 2010. Deste modo, é o maior número de demissões para o perÃodo de janeiro a abril, ao menos, em 11 anos.
Por setores
Os números do governo revelam que, em abril, houve fechamento de vagas em todos os cinco setores da economia. Mas, no acumulado do ano, porém, houve abertura de vagas no setor de agricultura.
No mês de abril, o setor que mais demitiu foi o de serviços. Já na parcial deste ano, o comércio registrou o maior número de desligamento de trabalhadores.
Dados regionais
Segundo o governo, houve fechamento de vagas formais, ou seja, com carteira assinada, em todas as regiões do paÃs de janeiro a abril deste ano.
Veja abaixo os resultados:
Programa de Manutenção do Emprego
Para tentar evitar uma perda maior de empregos, o governo federal baixou, no começo de abril, uma Medida Provisória que autorizou a redução da jornada de trabalho com corte de salário de até 70% num perÃodo de até três meses.
A medida tem força de lei e já recebeu o aval do Supremo Tribunal Federal, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional em até 120 dias para se tornar uma lei em definitivo.
O Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda prevê que o trabalhador permanecerá empregado durante o tempo de vigência dos acordos e pelo mesmo tempo depois que o acordo acabar. Os números do Ministério da Economia mostram que, até esta quarta-feira (27), mais de 8,1 milhões de trabalhadores aderiram ao programa.
Quando lançou o programa no dia 1º de abril, o governo estimou atender atender 24,5 milhões de trabalhadores formais. Ou seja, três vezes mais do que o número de acordos fechados até o momento.
Procurada pelo G1 na semana retrasada , a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho informou, naquele momento, que as previsões estavam mantidas e avaliou, em nota, que "o desempenho do programa é bastante satisfatório".
G1
Portal Santo André em Foco
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