O dólar opera instável nesta terça-feira (19), com investidores aguardando uma definição sobre o funcionamento da bolsa nos próximos dias e em meio a esperanças de uma recuperação econômica nos mercados globais que impulsionavam o apetite por ativos mais arriscados. Seguem também as preocupações sobre os impactos da pandemia de coronavírus impondo cautela e com as incertezas políticas domésticas permanecendo no radar dos agentes do mercado.
Às 11h14, a moeda norte-americana caía 0,01%, a R$ 5,7162. Na mínima do dia até o momento, chegou a R$ 5,6842. Veja mais cotações.
Na segunda-feira, o dólar encerrou o dia em baixa de 2,09%, a R$ 5,7166. No mês, a alta chegou a 5,09%, e no ano, a 42,57%.
Feriados
Na manhã desta terça, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, publicou o decreto que adianta os feriados de Corpus Christi e Consciência Negra para quarta e quinta. A medida tenta criar um “feriadão” de até seis dias para ajudar no isolamento da cidade e, assim, ajudar a conter o alastramento da Covid-19. Em âmbito estadual, o governador João Doria, também do PSDB, tenta aprovar a antecipação do 9 de julho para a próxima segunda-feira, 25.
Na noite de segunda-feira, a B3 informou que negociava com a prefeitura uma forma de manter o funcionamento do mercado financeiro. Nesta terça, dez entidades ligadas à Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNIF) enviaram carta pedindo a Doria para ficarem de fora do feriado prolongado.
“Estamos todos aguardando a bolsa se posicionar. Seria bom que funcionasse. Quatro dias de mercado fechado, com riscos políticos e mercados lá fora abertos, seria complicado”, diz Luiz Eduardo Portella, sócio e gestor da Novus Capital.
Cena local e externa
Na exterior, o tom dos mercados melhorou um pouco esta semana, com os investidores esperando por uma recuperação gradual à medida que muitos países flexibilizam os bloqueios e reabrem a economia.
Por aqui, os analistas do mercado pioraram na véspera a projeção de queda do PIB do Brasil em 2020 para um tombo de 5,12%, segundo pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira pelo Banco Central. Apesar da nova queda, a previsão do mercado para a contração do PIB brasileiro em 2020 ainda está abaixo da divulgada pelo Banco Mundial, que estima um tombo de 5%, e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que prevê queda de 5,3%.
Os investidores seguem atentos também à trama política local, à espera da decisão de Celso de Mello, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre o levantamento de sigilo de vídeo que poderia comprometer o presidente Jair Bolsonaro.
Segundo analistas, as tensões políticas em Brasília -- que se somam a ambiente de juros baixos e crescimento fraco -- têm sido fator determinante para a disparada do dólar.
G1
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