O Banco Central consultou a Casa da Moeda sobre a possibilidade de antecipar as entregas de cédulas novas previstas para este ano. O objetivo, segundo o BC, é ter 'estoques de segurança' para evitar uma eventual falta de notas.
O país estaria vivendo o chamado fenômeno do entesouramento - quando a população e as empresas guarda as cédulas - desde o início da pandemia, o que pode gerar falta delas em circulação.
"Até o momento, os estoques de numerário foram suficientes para atender as demandas", afirmou o Banco Central. "O BC tem dialogado com seu custodiante (BB), Caixa e demais instituições financeiras para acompanhar a movimentação do meio circulante e prover seu adequado atendimento".
De acordo com fontes ouvidas pela Reuters, o Brasil estaria enfrentando a ameaça de insuficiência de cédulas de dinheiro para pagar o auxílio emergencial a 60 milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade pela crise do coronavírus, com os estoques atuais considerados baixos pelo Banco Central.
A pedido do BC, a Casa da Moeda, que é responsável pela produção das cédulas, teria solicitado aos seus funcionários que aumentem a produção de dinheiro físico a partir deste mês para fazer frente ao pagamento do auxílio emergencial.
Cerca de um terço da população do Brasil é desbancarizada, um porcentual maior do que na China e até na Índia, de acordo com o Banco Mundial, obrigando o país a depender muito de dinheiro físico, mesmo quando cartões de crédito e outras formas de pagamento se tornam mais comuns em outros lugares.
Estoque de segurança
O secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida, disse à Reuters que havia um "problema técnico com as fontes de pagamento" dos fundos, mas negou que houvesse qualquer problema com falta de moeda.
"Se, por acaso, houver falta de dinheiro, falta de notas físicas, encontraremos uma maneira de corrigir isso", disse ele.
O Banco Central, que supervisiona a oferta de moeda, confirmou que está em negociações com a Casa da Moeda para antecipar o recebimento da produção contratada para o ano, dizendo que já houve um aumento de 23% na quantidade de moeda forte em circulação em abril, um aumento de R$ 55,5 bilhões em relação ao ano anterior.
Algumas dessas cédulas estão sendo acumuladas por indivíduos e empresas para formação de reservas, por preocupações com a crise, e porque, com grande parte da economia fechada, há menos lugares para gastar dinheiro no comércio em geral, disse o órgão regulador.
O BC também ponderou que "parcela considerável" dos valores pagos em espécie no auxílio emergencial ainda não voltou ao sistema. Só em abril, foram pagos R$ 35,8 bilhões no total, entre depósitos em conta e liberação em espécie, segundo dados do Tesouro.
G1
Portal Santo André em Foco
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