O percentual de famílias com dívidas no país subiu para 66,2% em março, ante 65,1% em fevereiro, segundo pesquisa divulgada nesta segunda-feira (30) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Trata-se do maior percentual da série histórica do levantamento, iniciado em janeiro de 2010.
O recorde anterior tinha sido registrado em dezembro do ano passado, quando o percentual atingiu 65,6%.
O indicador considera dívidas os compromissos assumidos com cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguro.
O levantamento mostra que a inadimplência também aumentou em março. O percentual de famílias com contas ou dívidas em atraso passou de 24,1%, em fevereiro, para 25,3% em março.
Já o total de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e que, portanto, permaneceriam inadimplentes subiu pelo 2º mês seguido, passando para 10,2%, contra 9,7% em fevereiro.
"A coleta dos dados desta Peic ocorreu entre 20 de fevereiro e 5 de março, anteriormente à semana em que a pandemia da covid-19 se propagou no Brasil. Mesmo assim, nota-se uma piora nos indicadores de inadimplência, o que possivelmente deverá se acirrar nos meses à frente, pois a tendência é que os consumidores encontrem mais dificuldades para pagar suas contas sem atraso", observou a CNC.
A economista responsável pela pesquisa, Izis Ferreira, chama a atenção também para a parcela média da renda comprometida com dívidas, que chegou a 30% em março, e para a proporção das famílias que se declararam muito endividadas, que aumentou de 15% em fevereiro para 15,5% em março.
“Quase um terço da renda das famílias está comprometido com dívidas, é o maior percentual desde dezembro de 2017. Nas famílias com renda até dez salários mínimos, o comprometimento da renda cresceu de forma mais expressiva nos últimos três meses”, destaca.
Principais dívidas
O cartão de crédito foi mais uma vez apontado como o principal tipo de dívida, sendo citado por 78,4% seguido por carnês (16,2%) e financiamento de veículos (10,3%).
“A proporção de dívidas em cartão tem diminuído nos últimos meses, enquanto as dívidas com crédito consignado, carnês e crédito pessoal têm ganhado espaço na composição do endividamento”, destacou a economista da CNC.
G1
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