O dólar opera em forte alta nesta segunda-feira (16), voltando a se aproximar de R$ 5, em mais um dia de nervosismo e abalo nos mercados globais, após um novo corte surpresa na taxa de juros dos EUA e com mais países fechando fronteiras para tentar frear a pandemia de coronavírus. Internamente, crescem as apostas de um corte na taxa Selic nesta semana.
Às 15h51, a moeda norte-americana subia 4,11%, negociado a R$ 5,0153. Na máxima até o momento, chegou a R$ 5,0158. Veja mais cotações.
Na sexta-feira, o dólar encerrou o dia com alta de 0,51%, R$ 4,8127, maior cotação de fechamento nominal (sem considerar a inflação), acumulando alta de 20,02% no ano.
Já a Bovespa teve o 5º 'circuit breaker' em 6 pregões logo na abertura e opera em queda de mais de 10%.
Cenário externo
Na véspera, o Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) anunciou, em pleno domingo, a redução da taxa de juros dos Estados Unidos para a faixa entre 0% a 0,25%, o que agravou os temores sobre o impacto econômico da pandemia. Foi o segundo corte de juros em menos de duas semanas. A instituição também anunciou um programa de compra de US$ 500 bilhões em títulos do Tesouro e de US$ 200 bilhões em valores hipotecários.
Na China, dados oficiais mostraram um tombo maior do que o previsto na economia. A produção industrial na China caiu 13,5% em ritmo anual nos 2 primeiros meses do ano, na primeira contração em quase 30 anos. Já as vendas no varejo recuaram 20,5% na comparação com os dois primeiros meses de 2019.
Na Europa, os principais índices de ações despencaram a mínimas desde 2012, com França e Espanha liderando as perdas após se juntarem à Itália com a imposição de quarentena nacional.
Na Bolsa de Nova York, também foi acionado o 'circuit breaker' e os índices tinham queda ao redor de 8%. Já o preço do barril de petróleo Brent tombava 10%, a US$ 30,22.
Expectativa de corte de juros no Brasil e medidas
No Brasil, as atenções da semana se voltam para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que anuncia na quarta-feira (18) a nova taxa básica de juros. Com a decisão do Fed, aumentam as apostas do mercado de um novo corte na Selic, atualmente em 4,25%.
O mercado reduziu para 1,68% a estimativa de crescimento do PIB em 2020, segundo o boletim Focus do BC, divulgado nesta segunda. Os analistas também passaram a prever um corte da taxa básica de juros nesta semana, dos atuais 4,25% para 4% ao ano.
Já a projeção do mercado para a taxa de câmbio no fim de 2020 subiu de R$ 4,20 para R$ 4,35 por dólar. Para o fechamento de 2021, ficou estável em R$ 4,20 por dólar.
Segundo informou o Blog do João Borges, o Ministério da Economia já discute as várias alternativas para aumentar a disponibilidade de recursos para enfrentar a emergência da saúde das pessoas e da economia por causa do coronavírus. Uma delas é elevar o déficit fiscal previsto para este ano, que é de R$ 124 bilhões.
G1
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