O dólar opera em alta nesta segunda-feira (6), com elevada cautela no exterior após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçar elevar tarifas sobre a China, um novo revés em uma disputa comercial que já dura meses.
Às 14h43, a moeda norte-americana subia 0,48%, vendida a R$ 3,958. Na máxima do dia até o momento, chegou a passar de R$ 3,97.
Em uma reviravolta inesperada, Trump disse no domingo que vai elevar as tarifas dos EUA sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses esta semana e terá como novo alvo centenas de bilhões em breve.
A declaração de Trump lança dúvida sobre expectativas anteriores de que a China e os EUA estariam se aproximando de um acordo para encerrar uma guerra comercial de meses que desacelerou o crescimento global e abalou mercados financeiros.
Ainda na semana passada, Trump havia falado que as negociações comerciais com Pequim estavam indo bem. A declaração do presidente norte-americano, que ocorreu poucos dias antes da retomada das negociações em Washington, gerou uma busca por segurança nesta segunda-feira.
Autoridades chinesas disseram que a viagem está mantida, mas que ainda estão no processo de entender a situação, sem dizer se o vice-premiê, Liu He, que é a principal autoridade da China nas negociações, fará parte da delegação como planejado originalmente.
Mercados globais em queda
Os mercados globais tiveram um forte abalo nesta segunda-feira (6), com os investidores sendo pegos de surpresa pelas ameaças de Trump, uma vez que a expectativa era de avanço nas negociações comerciais entre as duas potências. Os principais índices acionários da China mostraram sua maior queda em mais de três anos.
A B3, principal indicador da bolsa paulista, operava em queda de mais de 1%, acompanhando bolsas internacionais.
Autoridades chinesas disseram que a viagem está mantida, mas que ainda estão no processo de entender a situação, sem dizer se o vice-premiê, Liu He, que é a principal autoridade da China nas negociações, fará parte da delegação como planejado originalmente.
Cenário local
Do lado doméstico, a segunda-feira deve ser de relativa tranquilidade, com investidores de olho na agenda atarefada da semana, destaca a Reuters.
Para terça-feira, está previsto o início dos trabalhos na comissão especial da Câmara, colegiado onde se encontra atualmente a proposta de reforma da Previdência.
"Espera-se avanços, mas a dúvida é sobre o nível de desidratação que será necessário para esses avanços... Não tem muito otimismo no ar", disse à Reuters o operador de câmbio da corretora H.Commcor Cleber Alessie Machado sobre os trabalhos na comissão especial.
Ele acrescentou que o consenso entre participantes do mercado ainda é de aprovação da reforma, embora se pense em uma economia bem abaixo do valor que o mercado espera.
Já na quarta-feira, o BC brasileiro anuncia sua decisão de política monetária, sob ampla expectativa de que manterá a Selic no patamar atual de 6,5%.
O Banco Central vendeu nesta sexta-feira todos os 5,05 mil swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares, rolando assim US$ 757,5 milhões de um total de US$ 10,089 bilhões com vencimento em julho. O estoque de swaps do BC no mercado é de US$ 68,863 bilhões.
Na sexta-feira, a moeda norte-americana fechou vendida a R$ 3,9390, em queda de 0,51%. Na semana passada, o dólar acumulou alta de 0,20%. Em 2019, subiu 1,67%.
G1
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