O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou nesta quarta-feira (26) que tenha participado de uma tentativa de golpe de Estado. Ele disse também que as acusações contra ele são "graves e infundadas".
Ele afirmou ainda que, enquanto presidente, pediu a desmobilização de movimentos que pediam intervenção militar no país e que colaborou com a transição do governo dele para o de Luiz Inácio Lula da Silva.
"Golpe tem povo, tem tropa, tem armas e tem liderança. Não descobriram, até agora, quem porventura seria esse líder", afirmou Bolsonaro.
Bolsonaro deu as declarações instantes depois de se tornar réu, no Supremo Tribunal Federal (STF), por tentativa de golpe. A Primeira Turma da Corte, por unanimidade, decidiu nesta quarta tornar o ex-presidente e mais sete aliados réus por uma trama golpista em 2022.
Os cinco votos foram dos ministros Alexandre de Moraes (relator), Flávio Dino, Luiz Fux e Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, presidente do colegiado.
Bolsonaro afirmou que não compareceu ao STF nesta quarta-feira porque "sabia o que ia acontecer" e disse que parece que há algo "pessoal" contra ele. Nesta terça, primeiro dia de julgamento, ele foi à reunião da Primeira Turma.
"Ontem [terça], eu fui ao Supremo. A decisão foi na última hora, vocês se surpreenderam. Hoje [quarta], resolvi não ir. Motivo: obviamente, eu sabia o que ia acontecer. Eu espero hoje botar um ponto final nisso aí. Parece que tem algo pessoal contra mim. A acusação é muito grave, e são infundadas. E não é da boca para fora", disse.
Próximos passos
Agora, os acusados passarão a responder a um processo penal — que, após a coleta de provas e tomada de depoimentos, pode levar a condenações com penas de prisão.
Ainda não há uma data para o julgamento que pode condenar ou absolver Bolsonaro e os aliados, mas a expectativa no Judiciário é de que ocorra ainda neste ano, de forma a evitar que o tema contamine o processo eleitoral de 2026.
Com o recebimento da denúncia da PGR pelo STF, tornaram-se réus nesta quarta-feira:
Esses oito nomes compõem o chamado "núcleo crucial" da tentativa de ruptura democrática, segundo a PGR.
g1
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