A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) por racismo contra o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, e por injúria contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após declarações feitas durante a gravação de um podcast em junho. Se o STF aceitar, o parlamentar vira réu de uma ação penal.
Na denúncia, a vice-procuradora-geral da República, Ana Borges Coêlho, afirma que neste programa o parlamentar injuriou Lula o chamando de "bandido". Além de ter induzido e incitado discriminação e preconceito de raça, cor e procedência nacional.
"Essa compreensão de mundo, com inferiorização, estigmatização, subjugação social, pretensa justificação de desigualdades e controle ideológico foi claramente exteriorizada nas manifestações dos denunciados, ao fazerem uma correlação entre cor da pele, raça e origem das pessoas e inteligência, conduta que se amolda com exatidão ao tipo penal previsto no artigo 20 da Lei nº 7.716/1989", disse a vice-PGR.
Em outro momento, o parlamentar defendeu a ideia de que os povos africanos possuem uma capacidade cognitiva inferior, não sendo capazes de discernir o "bom e o ruim, o certo e o errado" e, por isso, as ditaduras seriam frequentes e a democracia não prosperaria naquele continente.
Após o ministro Silvio Almeida fazer uma publicação sobre o assunto em uma rede social, o parlamentar, em resposta, publicou a mensagem "mais um para provar que QI baixo é fundamental para apoiar ditaduras. Infelizmente temos um ministro analfabeto funcional ou completamente desonesto".
Dias depois das declarações, o deputado publicou um vídeo de sete minutos nas redes sociais alegando que o trecho viralizado da entrevista descontextualizou sua fala, que, na verdade, falava da “desnutrição" na África.
R7
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