O presidente Jair Bolsonaro minimizou, nesta sexta-feira, a retirada de pontos do texto original enviado pelo governo do relatório apresentado na quinta à Comissão Especial que discute a reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, como a de estados e municípios. Segundo ele, parlamentares perceberam que alguns governadores queriam a aprovação da proposta sem assumir eventuais desgastes e, por isso, foi natural que de dentro do Congresso tenha vindo "uma onda" para desvincular a reforma de servidores estaduais e municipais. As declarações ocorreram durante café da manhã com jornalistas que cobrem o Palácio do Planalto.
— Se a gente forçar a barra, a gente pode não aprovar nada — comentou o presidente, acrescentando que considera natural ceder em alguns itens, desde que seja "no limite curto" da economia prevista pela equipe econômica. Bolsonaro contou que havia feito essas considerações em conversa com o ministro da Economia, Paulo Guedes.
Guedes, por sua vez, fez duras críticas à retirada da capitalização do parecer apresentado na comissão especial. Segundo ele, houve um recuo que pode 'abortar a Nova previdência', mas afirmou que respeitará a decisão do Congresso.
Questionado se tem um plano B para o caso de a reforma não ser aprovada, ele comparou o cenário ao da ausência da noiva em um casamento marcado. Segundo o presidente, não seria o caso de perguntar durante a cerimônia se alguém gostaria de ocupar o lugar vago.
Bolsonaro disse não crer que o governo vá "perder a batalha da Previdência" e reafirmou a confiança na aprovação da proposta. Em seguida, afirmou que não acredita em contagem de votos, lembrando que presenciou pesquisas sobre isso nos tempos de deputado federal nos corredores da Câmara.
— Nossa base é diferente das de antigamente. Nós vamos pelo convencimento — declarou.
O presidente afirmou ainda que a prioridade do governo após a eventual aprovação das novas regras do sistema previdenciário é a reforma tributária. Em seguida, mencionou o pacote anti-crime apresentado pelo ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro.
Ele disse que deverá levar à reunião do G-20, no Japão, no fim do mês, uma mensagem para recuperar "a confiança que o Brasil perdeu", argumentando que os escândalos de corrupção ocorridos no país foram um "péssimo cartão de visitas.
G1
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