O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta segunda-feira (10) que o Brasil pode ser "maior do que é" sem "agredir as florestas" nem "dizimar os povos nativos". Fachin também acrescentou: "Nós precisamos de deixar de ser os parasitas em relação à Amazônia".
Fachin deu as declarações ao participar de uma videoconferência, promovida pela Câmara de Comércio França-Brasil.
Na semana passada, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, informou que os alertas de desmatamento na Amazônia aumentaram 34,5% nos últimos 12 meses.
"O Brasil tem condições de ser maior do que é, de ter um ambiente de negócios sadio e recheado de desenvolvimento, que faça a sua dimensão de socioambientalidade necessária na sua base de sustentação, sem agredir agredir as florestas, sem dizimar os povos nativos, sem depauperar as condições dos cursos d'águas. [...] Nós precisamos deixar de ser os parasitas em relação à Amazônia", disse Fachin.
Na última sexta-feira (7), o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que o Brasil sofre pressão de países que "não fizeram o trabalho" de preservar as próprias florestas.
Um dia antes, na quinta (6), o ministro da Economia, Paulo Guedes, pediu a estrangeiros que sejam "gentis" com o Brasil, uma vez que, na opinião do ministro, destruíram as próprias florestas.
Na videoconferência desta segunda-feira, Fachin declarou: "Eu diria que a Amazônia tem na Constituição a sua carta de proteção. Aplicá-la seria preservar, permitir seu desenvolvimento e garantir um exemplo a outros povos. Não basta dizer que outros povos não fizeram seu dever de casa, podemos ser exemplo. Não atirar pedras, mas ser um exemplo."
G1
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