O BNDES registrou lucro líquido de R$ 11,1 bilhões no 1º trimestre, um crescimento de 436,7% na comparação com o mesmo período de 2018 (R$ 2,063 bilhões), segundo balanço divulgado nesta terça-feira (14).
Trata-se do maior resultado nominal (sem descontar a inflação) para um trimestre desde 2002, quando iniciou a série histórica do banco, num resultado impulsionado por receitas extraordinárias com a venda de fatias detidas em gigantes como Petrobras e Vale.
Segundo o banco estatal, o desempenho positivo foi influenciado pelo crescimento de 725,5% do resultado com participações societárias em relação ao mesmo período de 2018, que totalizou R$ 12,474 bilhões no 1° trimestre.
O lucro do banco foi sustentado principalmente pela venda de ações de empresas como Petrobras, Vale e Rede, além da alienação de 50% da participação do BNDESpar na Fibria, que foi incorporada pela Suzano no começo do ano. Só com esta última operação, foram contabilizados R$ 8 bilhões.
Os dados do primeiro trimestre mostram também a apuração de R$ 5,2 bilhões de tributos de conceito de competência e de R$ 7,1 bilhões no conceito de caixa.
Venda de participações societárias
Em 31 de março, a participação total do Sistema BNDES na Petrobras, por exemplo, era de 13,90%, ante 15,0% em 31 de dezembro de 2018.
"As ações de Rede Energia foram alienadas em sua totalidade, passando a BNDESPAR a não mais participar do capital dessa companhia. No caso da alienação da participação em Fibria, 75% do montante foi recebido em caixa e o restante em participação da empresa Suzano", detalhou o banco.
O BNDES encerrou o mês de março com participação societária em 107 empresas. O valor da carteira de participações em coligadas e não coligadas e em fundos de investimento de renda variável atingiu R$ 108,3 bilhões em março, um crescimento de R$ 11,9 bilhões (12,3%) em relação a dezembro de 2018.
Apesar da redução da carteira de crédito e repasses, o sistema BNDES totalizou R$ 835,1 bilhões em ativos no fim do primeiro trimestre, apresentando aumento de 4,1% em relação a dezembro, sustentado pela valorização da carteira de participações.
Devolução de recursos para a União
Segundo o presidente do BNDES, Joaquim Levy, até o fim de maio, o banco deve devolver ao Tesouro R$ 30 bilhões, referentes a repasses feitos no passado. Na última década, o banco foi irrigado com quase R$ 500 bilhões do Tesouro Nacional. Nos últimos três anos, essas verbas estão sendo devolvidas.
Questionado sobre estimativas de novas devoluções ao Tesouro Nacional, o presidente do BNDES afirmou que o valor tem de fazer sentido dentro do negócio do banco, e não ser definido por “algo que o Tesouro está pedindo”.
"Nos primeiros cinco meses de 2019, o BNDES deverá enviar ao seu acionista R$ 48 bilhões em valores líquidos, na forma de tributos (R$ 8 bilhões), dividendos (R$ 1,6 bilhão) e juros ao Tesouro, ao Fundo da Marinha Mercante (FMM) e ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), entre outros pagamentos", destacou o banco no balanço.
A carteira de crédito e repasses, líquida de provisão, que representou 58,6% dos ativos totais no período, registrou declínio de R$ 7,3 bilhões (1,5%) em comparação a dezembro de 2018, "devido, basicamente, ao volume de liquidações, que superou o de desembolsos em R$ 16,8 bilhões, atenuado por efeito cambial e de apropriação de juros e atualização monetária no período", informou o BNDES.
O índice de inadimplência (90 dias) ficou em 2,61% no 1º trimestre, patamar inferior aos 2,97% registrados pelo Sistema Financeiro Nacional.
Crédito para caminhoneiros
O presidente do BNDES, Joaquim Levy, informou que o modelo de crédito para caminhoneiros está pré-aprovado. A instituição já tem R$ 500 milhões, mas o valor pode chegar a R$ 1 bilhão. O valor, segundo ele, ainda está sendo negociado com o Ministério da Economia.
Ele disse, ainda, que a expectativa do BNDES é de desembolso de R$ 70 bilhões em 2019, mas em junho provavelmente será feita uma reavaliação.
G1
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