Outubro 01, 2024

Hospitalização por síndrome respiratória grave sobe 754% na Paraíba em março e abril de 2020

O número de pessoas internadas por síndromes gripais graves no período de 1° de março a 4 de abril passou de 42 em 2019 para 359 em 2020 na Paraíba, um crescimento de mais de 754% no comparativo entre os dois anos. Para o Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB), o aumento significativo de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) tem relação direta com a circulação do coronavírus (Sars-Cov-2).

“Sabemos que temos uma quantidade enorme de casos subnotificados da Covid-19 em todo o Brasil. Então, em vez de olharmos apenas para a curva de novos casos da doença, é preciso olhar para a curva de Srag. Esta vem crescendo rapidamente, sendo muito maior que a do ano passado, mesmo não se tendo um diagnóstico preciso para o coronavírus”, destacou o presidente do CRM-PB, Roberto Magliano de Morais.

O período de aumento das internações por Srag é referente às semanas epidemiológicas 10 e 14, que é a metodologia definida pelo Ministério da Saúde para notificação de doenças infectocontagiosas. O início do aumento dos casos de internação por Srag ficou bem próximo do primeiro caso suspeito de coronavírus, notificado no dia 26 de fevereiro, e que foi descartado, e contempla o primeiro caso confirmado de Covid-19 no estado, que foi no dia 18 de março.

São critérios para notificar o caso de Srag se o paciente apresentar desconforto respiratório, pressão persistente no tórax, saturação de oxigênio menor que 95% em ar ambiente, ou coloração azulada dos lábios ou rosto. Em crianças, além dos itens anteriores, são considerados também os batimentos de asa de nariz, cianose, tiragem intercostal, desidratação e inapetência.

Cada caso de Srag, após ser notificado, passa a ser investigado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) para coronavírus, sendo automaticamente enquadrado com um caso suspeito de Covid-19. Além de notificar os casos de Srag, os médicos também devem informar os casos de Síndrome Gripal, mesmo leves, que podem ser enquadrados como suspeitos para o novo coronavírus.

“As informações de todos os pacientes com síndrome gripal devem ser registradas no prontuário para possibilitar a longitudinalidade e a coordenação do cuidado, assim como realizar eventual investigação epidemiológica e posterior formulação de políticas e estratégias de saúde”, comentou o presidente do CRM da Paraíba.

A demora no resultado dos exames contribui para a dificuldade no diagnóstico, de acordo com o presidente do CRM-PB. “Alguns exames demoram até 30 dias em processamento. Além disso, a sensibilidade dos testes é em torno de 70%, ou seja, 30% deles podem dar negativo e o paciente ter o vírus. Também existem os casos de coinfecção com o coronavírus. Isso significa que dar positivo para H1N1 não exclui o coronavírus, por exemplo”, explicou.

G1
Portal Santo André em Foco

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