Setembro 30, 2024

Maia, Alcolumbre e Guedes tentam blindar agenda econômica contra crise no PSL

Diante da crise no PSL, gerada pelo embate direto do presidente Jair Bolsonaro com uma ala do seu partido, os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e o ministro da Economia, Paulo Guedes, vão buscar blindar a agenda econômica no Congresso para evitar que seja contaminada pelo ambiente de turbulência política.

Interlocutores de Alcolumbre e Maia disseram ao blog que o presidente, “infelizmente”, tem o estilo de sempre buscar resolver problemas com “enfrentamento’ e “tensionamento”. No caso atual, o pior é que Bolsonaro acabou saindo derrotado, pelo menos até agora, na disputa interna no PSL.

“Ele foi derrotado dentro do seu próprio partido, algo difícil de acreditar, e não sabemos como isso pode repercutir no dia a dia do Congresso”, disse ao blog um aliado do presidente do Senado.
Agora, a meta de Maia, Alcolumbre e Guedes é buscar criar um clima dentro do Legislativo para que a pauta econômica pós-aprovação da reforma da Previdência não seja atingida pela crise dentro do PSL.

Na próxima segunda-feira (21), os três devem voltar a se reunir para discutir o encaminhamento das novas propostas na área econômica.

Na última quinta-feira (17), eles se encontraram no Ministério da Economia exatamente para tratar dessas medidas. Só que a reunião acabou sendo ofuscada pela crise política entre o presidente Bolsonaro e o presidente do PSL, Luciano Bivar.

A avaliação no Congresso é que o presidente deveria parar de atrapalhar, mas seus assessores mais próximos dizem que esse é o estilo de Bolsonaro e que ele não vai mudar.

“Ele sempre foi assim e chegou à Presidência desse modo. Não vai mudar”, diz um interlocutor presidencial.

No encontro de quinta, Paulo Guedes acertou com os presidentes da Câmara e do Senado os temas futuros que cada Casa irá cuidar.

O ministro da Economia diz que conjunto de medidas faz parte de uma transformação do Estado, com a criação de um novo regime fiscal no país.

Segundo ele, entre final de outubro e início de novembro serão enviadas ao Congresso as propostas de reforma administrativa e de mudanças na regra de ouro com criação de gatilhos para reduzir despesas. A ideia é começar a votar essas medidas ainda neste ano.

A reforma administrativa teria a tramitação iniciada agora, mas a conclusão ficaria para o próximo ano.

A mudança na regra de ouro pode ser finalizada ainda neste ano. A medida permitiria uma economia de R$ 27 bilhões com desvinculações, desindexações e desobrigações no Orçamento da União.

Parte desse dinheiro seria destinada a emendas parlamentares, como estímulo para deputados e senadores aprovarem a proposta.

O governo vai propor também a criação do Conselho Fiscal da República, que se reuniria a cada três meses para avaliar a situação fiscal brasileira e se são necessárias medidas para correções de rumo.

Participariam do conselho, por exemplo, o presidente da República, da Câmara, do Senado, do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal de Contas da União.

G1
Portal Santo André em Foco

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