O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, defendeu a necessidade de inovação e sustentabilidade ambiental da indústria brasileira no Congresso. Ele participou de audiência sobre o eixo econômico do Plano Plurianual 2024-2027 (PLN 28/23) na Comissão Mista de Orçamento.
O PPA tem três eixos: social, econômico e institucional e serve como uma orientação para a elaboração dos orçamentos anuais.
Alckmin pediu aos parlamentares que votem quatro projetos importantes para a transição energética: o que regulamenta a inserção do hidrogênio na matriz energética (PL 725/22, do Senado), o que trata de combustíveis verdes (PL 4516/23), o que trata do mercado regulado de carbono (PL 412/22, do Senado), e o que trata do aproveitamento eólico em alto-mar (PL 576/21, apensado ao PL 11247/18).
O ministro disse que o parque industrial brasileiro está velho e, nos últimos 40 anos, a participação da indústria no Produto Interno Bruto caiu de 22% para 11%.
Alckmin também procurou passar a ideia de que o País está no rumo certo ao praticar um câmbio competitivo, juros em queda e estar prestes a aprovar uma reforma tributária. “O imposto é alto. Não tem como reduzi-lo neste momento, mas ele vai melhorar a eficiência econômica pela reforma tributária. A reforma desonera completamente os investimentos e as exportações. Porque ela acaba com a cumulatividade”.
Economia verde
Secretária do Ministério do Planejamento e Orçamento, Leany Lemos disse que no PPA em análise no Congresso, o eixo econômico está muito voltado para a neoindustrialização e a economia verde, com 35 dos 88 programas. A questão mais votada pela população na consulta pública que ajudou na elaboração do plano foi o enfrentamento às emergências climáticas.
Segundo Anna Flávia de Senna, secretária do Ministério do Meio Ambiente, as metas mais importantes da pasta são justamente a redução da emissão de gases de efeito estufa e do desmatamento da Amazônia. Neste último ponto, a meta é sair de 11.594 Km² em 2022 para menos de 3 mil até 2027.
Representante do Ministério do Desenvolvimento Regional, Marina Almeida destacou os recursos previstos no Novo Plano de Aceleração do Crescimento para revitalização de bacias hidrográficas (R$ 4,3 bilhões) e infraestrutura hídrica (11,3 bilhões).
O deputado Marcelo Queiroz (PP-RJ) questionou por que a política de castração de cães e gatos tem apenas R$ 1,8 milhão no Orçamento de 2024, já que foi uma das mais votadas pela população no PPA. Ele sugeriu corrigir esse ponto, "para respeitar e não desmoralizar um processo que foi aberto para a sociedade, que é o PPA participativo".
Anna Flávia respondeu que o Congresso poderá realmente rever isso, mas que o ministério tem apenas R$ 29 milhões para ações de qualidade ambiental, como reciclagem e logística reversa.
Representantes dos trabalhadores na audiência apoiaram o PPA no geral, mas mostraram preocupação com uma possível perda de empregos com as inovações e a transição energética da economia. Nelson Karam, economista do Dieese, lembrou que um carro elétrico requer apenas dois terços das peças de um carro a gasolina. Ele sugeriu metas de qualificação profissional para que os trabalhadores se adequem às novas exigências do mercado.
Agência Câmara
Portal Santo André em Foco
Make sure you enter all the required information, indicated by an asterisk (*). HTML code is not allowed.