Outubro 13, 2024

Lula diz que quer negociar com PP, PSD, União Brasil e Republicanos para 'dar tranquilidade ao governo'

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta terça-feira (25) que quer negociar com siglas do Centrão para aproximá-las e "dar tranquilidade ao governo".

Lula voltou a afirmar que não quer conversar com o Centrão enquanto organização, mas com os partidos de forma individual, e citou nominalmente PP, PSD, União Brasil e Republicanos. As declarações foram no "Conversa com o Presidente", programa transmitido semanalmente na internet.

"Eu não quero conversar com o Centrão enquanto organização. Eu quero conversar com o PP. Eu quero conversar com o Republicanos, eu quero conversar com o PSD, eu quero conversar com o União Brasil. É assim que a gente conversa", disse.

"E é normal que, se esses partidos quiserem apoiar a gente, eles queiram participar do governo, e você tentar arrumar um lugar para colocar para dar tranquilidade ao governo nas votações que nós precisamos para melhorar, aprimorar o funcionamento do Brasil. É exatamente isso que vai acontecer", continuou.

Negociações
Lula disse que ainda não iniciou as conversas para abrigar esses partidos no governo e voltou a afirmar que não são as siglas que pedem cargos, mas o governo que oferece um espaço a quem quiser contribuir.

"É direito das pessoas quererem fazer acontecer e falar o seguinte: 'Ó, eu quero participar do governo'. Se quer participar do governo, você pode ter um ministério. Agora, não é o partido que quer vir para o governo que escolhe o ministério", disse o presidente.

"Quem escolhe o ministério é o presidente da República. Quem indica o ministério é o presidente da República. Quem oferece o ministério é o presidente da República. Eu acho plenamente possível. Nós vamos discutir isso nesses próximos dias, não estou preocupado, ainda não fiz nenhuma conversa com ninguém", continuou.

O presidente também negou essa negociação seja aderir ao "toma lá, dá cá". Segundo o presidente, acordos partidários para conceder maioria ao governo são comuns na maioria dos países democráticos, mas que no Brasil esse arranjo não é bem-visto.

"Em qualquer lugar no mundo se faz acordo. Mas aqui no Brasil tudo é 'dando que se recebe'. Eu trato isso com mais clareza, com mais simpatia", declarou Lula.

Reforma ministerial
Lula deve intensificar na próxima semana as negociações com partidos do Centrão para ampliar a base no Congresso, segundo a colunista do g1 Ana Flor.

Entre outras reuniões, Lula deve se encontrar com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), parlamentar com grande influência entre partidos do bloco.

Nesta semana, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que é o responsável pela articulação política do Executivo com o Congresso, recebeu lideranças do PP e do Republicanos.

Entre as pastas que podem ter o comando alterado estão:

Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços – atualmente, a pasta é comandada por Geraldo Alckmin (PSB) que acumula a função de ministro com a de vice-presidente

Ministério de Portos e Aeroportos – o titular da pasta é Márcio França (PSB)

Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação – chefiado por Luciana Santos (PCdoB)

Ministério da Mulher – atualmente comandado por Cida Gonçalves (PT)

Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome – o atual ministro é Wellington Dias (PT). A pasta é reivindicada pelo PP.

Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania – chefiado por Silvio Almeida (sem partido)

Ministério dos Esportes – comandado pela ex-atleta Ana Moser (sem partido). A pasta é alvo de pedido do Republicanos.

Caixa Econômica Federal – presidido por Rita Serrano. O banco público é reivindicado pelo PP.

Correios – presidido por Fabiano Silva dos Santos

Embratur – atualmente chefiada por Marcelo Freixo (PT)

Fundação Nacional de Saúde (Funasa) – tem como presidente interino o servidor Alexandre Motta. Órgão é cobiçado pelo Centrão.

Mudança descartada
Em pronunciamento na semana passada, o presidente Lula descartou mudanças no comando do Ministério da Saúde. A pasta, que tem um dos maiores orçamentos da Esplanada, é alvo de desejo do Centrão.

Logo após ser eleito, Lula escolheu para função a socióloga e pesquisadora Nísia Trindade, que foi presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), de 2017 a 2022.

Ao comentar rumores de mudança na pasta, o petista afirmou que "tem ministros que não são trocáveis".

Trocas já efetuadas
Desde o início do governo, Lula promoveu mudanças em dois dos 37 ministérios:

Gabinete de Segurança Institucional (GSI) – o general Gonçalves Dias deixou o cargo após desdobramentos dos atos golpistas de 8 de janeiro. Assumiu a função o também general Marcos Antônio Amaro.

Ministério do Turismo – o União Brasil reivindicou a troca do comando da pasta, que era exercido por Daniela Carneiro. Para a função, a legenda indicou o deputado Celso Sabino (União-PA).

g1
Portal Santo André em Foco

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