Outubro 12, 2024

Presidente do PSB, partido aliado do governo, diz ser contra acordo com Centrão por ministérios

O presidente do PSB (Partido Socialista Brasileiro) , Carlos Siqueira, terá uma uma reunião nesta sexta-feira (21), com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann. O encontro acontece em meio a ruídos entre o governo Lula e os partidos que já são da base aliada em razão das negociação de Lula com o Centrão.

Em entrevista à GloboNews na tarde desta sexta-feira (21), Carlos Siqueira expressou sua discordância com esse tipo de acordo.

"Eu discordo completamente da ideia de se fazer um acordo através de ministério com o centrão. O sistema político brasileiro está profundamente desgastado, é um sistema que nos gerou uma situação que nós vivemos a menos de um ano atrás, nós enfrentamos uma eleição duríssima, depois do desastre que significou o governo Bolsonaro, ele quase ganhou as eleições, ganhamos por 2,1 milhões", disse.

Quanto ao espaço do PSB no governo Lula, o presidente do partido defende que o PSB merece manter os espaços que lhe foram oferecidos, destacando que o partido teve um papel fundamental durante a campanha eleitoral, contribuindo para a vitória nas eleições presidenciais.

Além disso, ele declarou acreditar que o partido continua a desempenhar um papel estratégico no governo.

"Achamos importante que o PSB mantenha os espaços que lhe foi oferecido, porque o PSB não foi apenas importante durante a campanha eleitoral, o impacto resultado das eleições, mas o PSB também joga um papel importante no próprio governo e vai continuar jogando".

Ele, entretanto, deixa claro que se o presidente Lula desejar fazer mudanças, ele tem a prerrogativa de fazê-las, embora enfatize a relevância dos quadros do PSB no governo.

"Se o presidente Lula desejar fazer uma mudança, ele tem todos os poderes para fazer isso, que faça, até agora não disse nada sobre essa mudança e, portanto, nós não estamos dando isso como seguro, porque, na verdade todos que estão lá para nós do Partido Socialista Brasileiro são importantíssimos, jogam um papel muito estratégico nos postos que ocupam, são quadros excepcionais no nosso partido que o governo deveria, inclusive, agradecer por tê-los como ministro."

'Tem ministros que não são trocáveis', disse Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou no último dia 14, que "tem ministros que não são trocáveis". Ele deu a declaração durante discurso, no Palácio do Planalto, na cerimônia de sanção da lei que retomou o programa Mais Médicos.

O petista voltou a afirmar que a ministra da Saúde, Nísia Trindade, não deixará o cargo. Partidos do Centrão têm interesse em assumir a pasta, em troca da ampliação da base do governo no Congresso.

"Disse para Nísia publicamente: 'Tem ministros que não são trocáveis'. Tem pessoas e tem funções que são uma coisa da escolha pessoal do presidente. Eu disse, publicamente, ela é ministra do Brasil, ela é minha ministra. E, portanto, ela tem uma função a cumprir. sabe que única perspectiva de sair é se não cumprir a função correta dela. isso vale para mim, para todo mundo", afirmou o presidente.

Lula também ironizou especulações de que fará novas substituições no primeiro escalão do governo. Nesta quinta-feira (13), o Palácio do Planalto confirmou que Celso Sabino será nomeado ministro do Turismo no lugar de Daniela Carneiro.

"Estamos em período de entressafra. O Congresso está em férias, e todo dia leio nos jornais a troca de ministros. Eu já troquei todo mundo, só falta eu mesmo me trocar", disse.

Nos bastidores, partidos do Centrão têm reivindicado mais espaço na Esplanada dos Ministérios. O Ministério do Desenvolvimento Social, que cuida do programa Bolsa Família e é chefiado por Wellington Dias, é um dos alvos de desejo do grupo de partidos.

Os comandos do Ministério do Esporte, que hoje está com Ana Moser, da Caixa Econômica Federal e dos Correios também são disputados.

Segundo a colunista do g1 Camila Bomfim, estão descartadas as trocas nos Correios e nos ministérios:

  • do Esporte
  • do Desenvolvimento Social
  • da Saúde

E podem mudar de comando (negociações ainda em andamento):

  • Ministério da Mulher: sairia Cida Gonçalves, entraria Luciana Santos;
  • Ministério de Ciência e Tecnologia: sairia Luciana Santos, a vaga seria oferecida ao Centrão;
  • Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio: sairia Geraldo Alckmin, que acumula a vice-presidência da República, e assumiria Márcio França;
  • Ministério de Portos e Aeroportos: sairia Márcio França, a vaga seria oferecida ao Centrão.

g1
Portal Santo André em Foco

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