O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (22) que os países ricos tem uma "dívida histórica" e devem financiar a preservação de florestas, como a Amazônia. A fala foi em discurso no evento "Power Our Planet", no Campo de Marte, em Paris.
Segundo o presidente brasileiro, "não foi o povo africano que polui o mundo, não é o povo latino-americano que polui o mundo".
"Na verdade, quem poluiu o planeta nestes últimos 200 anos foram aqueles que fizeram a revolução industrial e, por isso, têm que pagar a dívida histórica que têm com o planeta Terra", afirmou.
O petista foi convidado pela banda Coldplay a participar do evento, que reúne apresentações musicais e discursos de líderes mundiais.
No pronunciamento, Lula repetiu o compromisso de zerar o desmatamento na Amazônia até 2030, e disse que fará "todo e qualquer esforço" para "manter a floresta em pé".
"A Amazônia é um território soberano do Brasil, mas ao mesmo tempo ela pertence a toda a humanidade. E, por isso, faremos todo e qualquer esforço para manter a floresta em pé".
O presidente também convidou o público a viajar ao Brasil em 2025, quando Belém (PA) receberá a conferência das Nações Unidas sobre o clima, a COP 30.
"E queria terminar convidando vocês – que ouvem falar da Amazônia todo o dia, que acham que a Amazônia é o pulmão do mundo – para comparecer ao Brasil. Em 2025, iremos fazer a COP 30 num estado da Amazônia para que todos vocês tenham a oportunidade de conhecer de perto o ecossistema da Amazônia, a riqueza da biodiversidade, a riqueza dos nossos rios", afirmou.
"E que possam compartilhar com o povo brasileiro da preservação das nossas florestas e responsabilizar os países ricos para financiar os países em desenvolvimento que têm reservas florestais, porque não foi o povo africano que polui o mundo, não é o povo latino-americano que polui o mundo", continuou.
Agenda na Europa
A participação no evento faz parte da agenda de compromissos do presidente na Europa. Nesta quinta, Lula já se reuniu com os presidentes da África do Sul, Cyril Ramaphosa, e de Cuba, Miguel Díaz-Canel Bermúdez.
Na sexta-feira (23), o presidente também participa de eventos da Cúpula para um Novo Pacto Financeiro Global, e tem um almoço com o presidente da França, Emmanuel Macron.
Na primeira parte da viagem, na Itália, ele se encontrou com autoridades do país e com o Papa Francisco, no Vaticano.
g1
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