Outubro 03, 2024

Arcabouço: relator diz que Bolsa Família não terá aumento acima da inflação se meta fiscal for descumprida pelo governo

O relatório do arcabouço fiscal, do deputado federal Cláudio Cajado (PP-BA), determina que, no caso de descumprimento das metas fiscais previstas no projeto pelo governo, o Bolsa Família não poderá ter aumento real, ou seja, acima da inflação.

Isso ocorre porque, no caso de descumprimento das metas, a nova regra diz que não poderá ser adotada "medida que implique reajuste de despesa obrigatória acima da variação da inflação".

Esse é um dos gatilhos previstos pela nova regra fiscal para reequilibrar as contas públicas, cujo texto foi fechado nesta segunda-feira (15) pelo relator Cláudio Cajado, após uma série de reuniões com parlamentares e integrantes da equipe econômica.

"O presidente [da República] pode solicitar através de mensagem ao Congresso Nacional o valor para poder acrescer o Bolsa Família, com compensação. Ele está também nesta possibilidade. Não está na condição de exclusão", declarou Cajado nesta terça-feira (16).

Para que possa ser concedido um aumento real ao Bolsa Família, no caso de descumprimento da meta fiscal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá de enviar um projeto de lei ao Congresso Nacional, e conseguir aprovar o texto.

Isso não acontecerá, entretanto, com o salário mínimo, que foi excluído das punições (gatilhos a serem acionados) no caso de descumprimento das metas.

"O que nós excluímos da vedação foi o salário mínimo, que poderá, mesmo no caso de não atingimento da meta, receber o aumento da inflação mais aumento real", afirmou Cajado.

Petistas e aliados do presidente Lula queriam que tanto os reajustes do salário mínimo quanto os do Bolsa Família ficassem de fora da regra que limita despesas.

Limite para gastos
O Bolsa Família, segundo o relator Cláudio Cajado, estará sujeito aos limites gerais de gastos para que possa crescer acima da inflação.

Por exemplo: se o limite de despesas de um ano for de 2% acima da inflação, e o governo desejar dar uma alta real de 3% ao Bolsa Família, terá de cortar as demais despesas, ou seja, fazer uma compensação.

Nesta segunda-feira, Cajado havia indicado que o Bolsa Família poderia ser excluído do limite para gastos e, dessa forma, ter um reajuste maior de forma imediata – sem os limites para as demais despesas.

"Eu não disse que ia ser excepcionalizado, que estava preservado. Excepcionalizado foi na vedação da sanção do não cumprimento da meta, o salário mínimo", afirmou nesta terça, ao ser questionado por jornalistas.

Gatilhos para descumprimento das metas
No primeiro ano de descumprimento, aplicam-se as seguintes vedações:

  • Criação de cargos, empregos ou função que implique aumento de despesa;
  • Alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa;
  • Criação ou majoração de auxílios, vantagens e benefícios de qualquer natureza;
  • Criação de despesa obrigatória;
  • Medida que implique reajuste de despesa obrigatória acima da variação da inflação
  • Criação ou expansão de programas e linhas de financiamento; remissão, renegociação ou refinanciamento de dívidas que impliquem ampliação de subsídios e subvenções;
  • Concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária

g1
Portal Santo André em Foco

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