Setembro 30, 2024

Lula faz comício em Nova Iguaçu e diz que Bolsonaro, no 7 de Setembro, se 'apoderou' de festa que era para ser do povo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT à Presidência, participou na noite desta quinta-feira (8) de um comício em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Em discurso, ele voltou a criticar os atos do presidente Jair Bolsonaro no 7 de Setembro. Para Lula, Bolsonaro "roubou" e se "apoderou" de uma comemoração que era para ser da população brasileira.

Na quarta (7), Bolsonaro misturou eventos cívicos em comemoração aos 200 anos da Independência, em Brasília e no Rio de Janeiro, com campanha eleitoral. No começo do dia, em Brasília, o candidato à reeleição assistiu ao desfile militar e, depois, juntou-se a uma manifestação com apoiadores do governo.

Em cima de um caminhão de som, ele chegou a pedir votos. No Rio, na orla de Copacabana, o roteiro foi o mesmo. Após cerimônias cívico-militares, ele falou de um trio elétrico e voltou a pedir votos.

Lula subiu ao palco acompanhado de aliados e de candidatos no Rio de Janeiro.

“Ontem, [Bolsonaro] roubou do povo brasileiro o direito de comemorar o Dia da Independência, porque ele se apoderou, da forma mais vergonhosa, de um dia que é de 215 milhões de brasileiros, e não dele. E fez de uma festa do nosso país, uma festa pessoal", afirmou Lula.

O ex-presidente já havia, ainda na quarta, repudiado a postura de Bolsonaro. Lula disse que quando foi presidente e disputou a reeleição, não usou o 7 de Setembro para fazer campanha.

Também no comício, a esposa de Lula, Rosângela Silva, conhecida como Janja, fez crítica a Bolsonaro, sem citar diretamente o nome do presidente. Ela mencionou o fato de ele ter dito que os homens devem procurar uma princesa com quem se casar.

Em seu discurso no 7 de Setembro em Brasília, Bolsonaro afirmou que a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, é "uma mulher ativa na minha vida, não é ao meu lado, não, muitas vezes ela está é na minha frente".

Em seguida, disse aos homens solteiros que deveriam se casar. "E eu tenho falado para os homens solteiros, para os solteiros que estão cansados de ser felizes. Procure uma mulher, uma princesa, se casem com ela, para serem mais felizes ainda", disse Bolsonaro.

No palco, antes de apresentar um dos jingles da campanha petista, Janja pediu aos apoiadores de Lula para acenderem as lanternas: “Queria ver se tinha alguma princesa por aí ou por aqui. Não tem. Sabe por quê? Porque aqui só tem mulher de luta, e são essas mulheres que vão ganhar essa eleição, no primeiro turno, para Luiz Inácio Lula da Silva”.

Escolas em tempo integral
Ao criticar a flexibilização do porte e posse de armas, bandeiras de Bolsonaro, Lula afirmou que, se eleito, criará um “sistema de escola integral para toda criança ficar na escola o dia inteiro” e para que nenhuma mãe sinta medo de ter o filho atingido por uma bala.

“O homem de Deus não quer arma”, afirmou. “A gente vai moralizar este país, e a gente vai dizer que nós não queremos morrer. Nós queremos dizer porque nós amamos a vida, e a vida é o dom maior que Deus deu para nós”, disse Lula.

O petista ainda voltou a repetir promessas feitas nas últimas semanas. Ele afirmou que retomará o programa Minha Casa, Minha Vida e se comprometeu a “discutir os direitos” de trabalhadores, com especial atenção aos entregadores de aplicativo.

Molon versus PT
Fora do palco, o comício de Lula em Nova Iguaçu marcou mais um episódio de atritos entre o PT e o deputado federal Alessandro Molon, candidato ao Senado pelo PSB. Os embates públicos entre petistas e Molon começaram após o candidato contrariar expectativa do PT e decidir pela manutenção da candidatura.

Mais cedo, em uma rede social, o deputado afirmou que teve a participação no comício vetada pela organização. “É lamentável que o PT-RJ queira impedir nossa participação, hoje, no comício de Lula em Nova Iguaçu. Nossa candidatura está embalada, e muito, pelos nossos eleitores. Em nome deles, seguimos firmes e fortes, com Lula e Freixo, até a vitória”, disse.

O presidente estadual do PT, João Maurício, rebateu a declaração em publicação nas redes sociais. Ele afirmou que Molon quer “mais uma vez se vitimizar” e que a postura do deputado é “inaceitável”.

Para apoiar a candidatura de Marcelo Freixo (PSB) ao governo do Rio de Janeiro, o PT havia colocado como condição a retirada da candidatura de Molon ao Senado.

Molon não atendeu os pedidos e os prazos estabelecidos pela direção estadual do PT, que chegou a aprovar a retirada do apoio a Freixo. A decisão, no entanto, foi revista pela executiva nacional petista, que decidiu pelo palanque único de Lula no estado: Marcelo Freixo para governador e o petista André Ceciliano para o Senado.

Ceciliano esteve no palco ao lado de Lula e exibiiu, pouco antes de iniciar sua fala, vídeo em que o ex-presidente reforça que só há um candidato do partido.

“O senador que nós temos no Rio de Janeiro é André Ceciliano, atual presidente da Assembleia Legislativa”, afirma Lula no vídeo.

g1
Portal Santo André em Foco

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